Programa Dirija sua própria vida sem medo 

Criado pela concessionária Chevrolet Dutra Veículos para ajudar pessoas que têm medo de dirigir, apresenta índice de 90% de casos resolvidos plenamente. 

Não são apenas os acidentes de trânsito, nas cidades ou estradas, que deixam traumas físicos e psicológicos nos motoristas. Fobias dos mais variados tipos ligadas ao hábito de dirigir, com as mais variadas origens, transtornam a vida de milhares de motoristas, ou de motoristas potenciais. Muitas pessoas, já proprietárias de automóveis ou em condições de adquiri-los, pelos mais diversos motivos muitas vezes não se sentem capazes de dirigi-los. 

Preocupado com essa significativa parcela da população, curiosamente formada, em sua maioria, por mulheres, um grupo de profissionais orientados pela psicóloga Olga Inês Tessari e coordenados por Fábio Pucci e Silvio Lima, respectivamente diretor e gerente de marketing social da concessionária Chevrolet Dutra Veículos, preparou o programa Dirija sua própria vida sem medo, com o objetivo de detectar os sintomas, descobrir as causas e viabilizar tratamento aos portadores de distúrbios e fobias ligados ao ato de conduzir um veículo. 

Lançado em março deste ano, o projeto, em sua primeira rodada de palestras, contou com a participação de mais de 800 pessoas, que se reuniram uma vez por semana, durante 90 dias, para acompanhar as dissertações e orientações sobre o assunto. Segundo os organizadores, o índice de casos resolvidos entre os participantes do curso foi de cerca de 90%. 

O que é medo de dirigir? 

Segundo a psicóloga Olga Inês Tessari, o medo de dirigir, na maioria dos casos, é fruto direto do trânsito caótico nos grandes centros urbanos. Embora possa ocorrer por outros motivos, essa fobia se manifesta numa considerável parcela da população que vive nas metrópoles, e é conhecida também por Síndrome do Carro de Garagem. 

De acordo com a psicóloga, alem das pessoas que têm seqüelas de acidentes, portanto com causas tangíveis, normalmente os que têm fobias sem explicação são pessoas perfeccionistas, detalhistas e que não gostam de criticas. Seus principais sintomas são: dificuldade para estacionar ou sair com o veículo em ladeiras ou lugares apertados; necessidade excessiva de ter alguém ao lado enquanto dirige; pavor em conduzir em ruas ou avenidas muito movimentadas; medo da proximidade de ônibus ou caminhões; dificuldade para fazer conversões, ultrapassagens e mudar de faixa; e medo extremo de ser xingado ou levar buzinadas no trânsito. 

Estudos detectaram que a maioria dos casos, cerca de 90% deles, ocorre com pessoas do sexo feminino, 76% com idade entre 26 e 50 anos, a maioria com formação acima do nível médio. As principais conseqüências desse distúrbio são a perda gradativa da auto-estima e isolamento social. 

Superando o problema 

A comerciante paulista Zenilda Souza Santos, de 37 anos, é um dos muitos exemplos de pessoas que conseguiram superar o problema. Habilitada desde 1995, aparentemente sem nenhum motivo, simplesmente não tinha coragem de dirigir. Sentia medo, muito medo. Achava que o carro era grande demais, transpirava descontroladamente e não conseguia sair do lugar, relembra. Depois de tomar conhecimento do projeto pelo jornal, Zenilda se inscreveu no curso e, depois da terceira palestra, já conseguiu voltar a dirigir sozinha. Primeiro fui orientada a me familiarizar com o carro parado; depois consegui dar as primeiras voltinhas acompanhada; finalmente sai dirigindo sozinha...e sem medo, comenta exultante. 

A dona de casa Edenize Luna de Faria, 56, tirou carteira de habilitação em 1979, dirigiu três anos e, de repente, também sem motivo aparente, empacou. Perdi totalmente a confiança, achava que podia causar um acidente, relembra. Como o marido também não dirigia, venderam o carro e, desde então, ficaram dependentes de outras pessoas. Determinada a recuperar sua independência, Edenize passou a freqüentar as palestras do curso Dirija sua própria vida sem medo, que tomou conhecimento pelo rádio, e hoje, depois de 23 anos longe do volante, recuperou a confiança e já consegue dirigir normalmente, desde que acompanhada, por enquanto, como faz questão de ressaltar. Edenize elogia as palestras: descobri que meu problema não tinha nada a ver diretamente com o carro; o curso funciona como uma verdadeira terapia de vida, que me libertou de outros traumas, que eu nem sabia. 

Já a secretária Fernanda Pantigas, de 24 anos, sofreu um acidente de automóvel, mas acha que o medo de dirigir que sentia, tinha outras origens. Eu não conseguia tirar ou colocar o carro na garagem, não conseguia estacionar, não conseguia sair em ladeiras e tinha pavor da proximidade de caminhões e ônibus, relembra. Ela também voltou a dirigir depois da terceira palestra e já conduz seu Palio sozinha para qualquer lugar. 

ATENÇÃO!!!O trabalho em parceria com a concessionária encerrou-se no final de 2006. A Dra Olga Tessari continua realizando o mesmo trabalho, como sempre fez, em seu consultório particular e aguarda novos patrocinadores para levar adiante este projeto de sucesso. 

Matéria publicada no site Webmotors em maio/2003

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