Olga Tessari

Par Perfeito existe ou não?

Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari

*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página

Busca incansável pelo par perfeito esconde insegurança e medo de se envolver 

Não há par ideal: antes de se relacionar, é importante questionar o que realmente espera do parceiro 

Todos nós temos uma ideia sobre o parceiro com o qual gostaríamos de dividir nossas vidas, aquele ou aquela que poderia nos fazer felizes. Mas há pessoas que perseguem um modelo idealizado para estabelecer compromisso afetivo em vez de prestar atenção nas possibilidades oferecidas. Tanta exigência pode ser apenas uma desculpa para não expor certos medos. 

"Sempre desconfio quando alguém me diz que é muito exigente na escolha de um parceiro amoroso e que, por isso, tem dificuldade de se ligar a alguém. Por trás desse discurso pode haver o medo de se envolver afetivamente, de se comprometer socialmente assumindo uma relação e ainda o de não ser bom o suficiente para o outro. Ou seja, nesse caso melhor nem tentar, pois sabe que não vai conseguir", diz o psicólogo Ailton Amélio , autor do livro "Relacionamento Amoroso" (Publiflolha). 

Para Ana Canosa, psicóloga e terapeuta sexual, a superficialidade e valorização excessiva da imagem na sociedade atual também ajudam para que as pessoas não percam muito tempo tentando conhecer melhor os possíveis pretendentes. "Por conta da intolerância e impaciência, pode-se descartar uma pessoa apenas por estar um pouco acima do peso ou não se encontrar em seu melhor momento profissional. Muitos acabam considerando apenas os aspectos mais superficiais e ligados à imagem", diz Ana Canosa, que acrescenta: "As pessoas estão mais autônomas, independentes. Em níveis saudáveis, essas posturas significam mais segurança e autoestima. Em excesso, podem fazer com que as pessoas pensem que são autossuficientes e se bastam." 

A ideia de que não há tempo a perder é outro aspecto que tem influenciado as pessoas quando se trata de avaliar a possibilidade de um relacionamento amoroso ir adiante, de acordo com a psicóloga Olga Tessari, autora do livro "Dirija Sua Vida Sem Medo". "Dá trabalho lidar e se adaptar àquelas características que são consideradas defeitos no outro. Fica mais fácil encerrar logo um relacionamento ou nem mesmo começar e já partir para outra possibilidade", afirma Olga Tessari. Acrescente-se a isso, ainda, as redes sociais que dão a seus membros a ideia de que estão conectados a um grande grupo de pessoas interessantes e muitas vezes disponíveis. Para Ana Canosa, "é a falsa ilusão de que se tem muita gente ao redor e, por isso, sempre vai haver alguém que pode ser mais legal. Isso também contribui para esse momento de superficialidade que estamos vivendo." 

É importante questionar-se sobre o parceiro real 

Não é um problema termos um ideal de pessoa com quem gostaríamos de nos relacionar romanticamente. Aliás, há uma hierarquia de requisitos que todos temos, mesmo que inconscientemente. "Levamos em conta mais de cem atributos para escolher um amor. Entre eles estão idade, nível de escolaridade, beleza, honestidade, saúde. Alguns são essenciais e outros secundários, mas todo mundo tem essa lista", revela o psicólogo Ailton Amélio. Mas existe um critério de perfeição, outro que é o real e o mínimo. "Na maioria das vezes, percebo que as pessoas acabam sendo realistas", diz Ailton. 

Na busca por um parceiro, é importante que primeiro as pessoas se questionem sobre o que realmente querem de uma relação. "Ao procurar alguém para estabelecer compromisso, há coisas que perdem a importância, como as questões meramente estéticas. Mas claro que precisa ter química", diz Ana Canosa, para quem é necessário examinar nossos pontos desfavoráveis. "Só tenho direito de fazer críticas se perceber que, como todo mundo, tenho minhas dificuldades também. Se não sei quem sou, também não sei de que preciso e nem tenho condições de olhar para o outro de maneira inteira e honesta", afirma ela. 

Os especialistas são unânimes em dizer que não existe o par perfeito. "A pessoa ideal não é a que não tem defeitos, mas aquela cujo defeito não incomoda tanto o outro e vice-versa. É alguém com quem eu possa ter um relacionamento legal, que é parecido comigo em muitas características e por quem eu sinto uma atração romântica e sexual - senão isso vira amizade", explica Ailton. 

Para os que têm sido muito exigentes com possíveis candidatos, é interessante agir com mais calma e benevolência na hora de avaliar alguém. "Precisamos ser mais tolerantes quando conhecemos as pessoas e menos egocêntricos. Ninguém é obrigado a ficar com alguém por necessidade, mas, sim, porque é legal compartilhar a vida com alguém especial de alguma forma", diz Ana. 

Para Olga Tessari, precisamos aprender a questionar se somos capazes de lidar com os defeitos do outro sem sofrimento e administrar suas supostas imperfeições, aceitando a pessoa como ela é. Para quem ficar em dúvida sobre estabelecer ou não um compromisso, Ana dá uma dica: "ouça a intuição, aquela voz interior que diz sim, não, cuidado e vai. Ela é uma espécie de memória meio enevoada das histórias que você já viveu anteriormente e pode ajudar muito nessas escolhas." 

Matéria publicada no site UOL, por Cléo Francisco - 05/04/2012

Outros textos disponíveis para leitura: 

Adolescência -  Amigos/Grupos -  Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão

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