Olga Tessari

Jogos eletrônicos não incentivam violência, diz psicóloga

Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari

*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página

Crianças não são afetadas 

Um debate delicado é quanto aos jogos eletrônicos incentivarem ou não a violência nas crianças. 

Para a psicóloga Olga Tessari, apesar da controvérsia em torno do tema, não são os jogos que incentivam a violência, mas sim o meio em que a criança vive. Isto é, o comportamento dela dependerá de como será educada, bem como a conduta que seus pais fornecerão como modelos que são. 

E, quando o espelho não reflete coisas agradáveis, na visão da psicóloga, a criança busca outras formas para se espelhar, seja nos jogos ou em outras pessoas ou coisas. Caso a criança apresente agressividade por conta do jogo, a verdade é que ela não está feliz consigo e coloca para fora de alguma forma sua insatisfação. 

"A criança emocionalmente saudável brinca com o jogo por um tempo, mas logo se cansa. Os jogos não interferem na sua vida real nem nos seus compromissos com a família, com a escola e com os amiguinhos. Para estas crianças é apenas um jogo, que até pode estimular determinadas brincadeiras, mas nada além disso. Crianças que se tornam viciadas em jogos eletrônicos revelam que algo não vai bem com elas, pois são impacientes, ansiosas e buscam no jogo uma satisfação que não tem dentro de si mesmas", explica. 

A telefonista, Luciana Almeida, 25, acredita que o comportamento de seu filho, Guilherme, 4, está ligado ao fato que o irmã dela, João Almeida, 20, passa boa parte do dia brincando de jogos violentos de computador. "Meu filho fica horas do lado do meu irmão, assistindo tudo. Desde que o João comprou esses jogos o Guilherme não pára quieto, ficou respondão", crê Luciana. 

Brinquedo = Crime? 

Segundo pesquisa da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), entrevistas feitas no antigo complexo penitenciário do Carandiru com os presos de maior periculosidade, nenhum afirmou brincar com armas de brinquedo quando criança. Mesmo assim, já faz anos que a Abrinq não fabrica mais esse tipo de brinquedo. "Nós tiramos de linha porque foi tanto problema na imprensa isso", diz o presidente da entidade, Sinésio Batista. 

A posição da Abrinq, segundo ele, é que a arma de brinquedo não prejudica ninguém, pois a criança brinca com o imaginário, com o lúdico, sendo que a violência não faria parte desse contexto. "Ninguém é bandido por isso. É só uma forma de extravasar a violência. Se alguém quer ser contra que seja contra os filmes com aquelas armas loucas que as crianças tanto gostam", afirma. 

A psicóloga Olga Tessari corrobora a tese de que os jogos, em geral, têm essa função de descarregar as energias armazenadas, além de estimular o raciocínio, a criatividade, a atenção, a memória, a coordenação motora fina e a estratégia. "Antigamente as crianças brincavam entre si com lutas, espadas improvisadas, corridas, mocinho e bandido ao vivo, na rua com coleguinhas. Como hoje em dia o espaço para as brincadeiras com coleguinhas tem se limitado cada vez mais, a criança busca no jogo uma alternativa para estas brincadeiras e para 'descarregar' a sua energia típica", opina. 

Segundo a psicóloga, os jogos eletrônicos não levam o ser humano, independente de ser uma criança ou um adulto, a praticar um crime algum dia, o mesmo vale para aqueles que nunca jogaram, que podem, um dia, fazer algum ato que atente contra a humanidade. Isso porque, como ela destaca, trata-se de uma questão de valores éticos e morais formados pela família ou pelo meio no qual a pessoa está inserida. "

O que pode acontecer, com a prática indiscriminada dos jogos eletrônicos aliado ao sensacionalismo televisivo e à falta de valores da família, é a banalização da violência, pois as pessoas passariam a encará-la de uma forma comum, tornando-se menos sensíveis a situações que antes causavam indignação ou constrangimento. Mas, para que isto ocorra, é preciso que a criança esteja no seio de uma família onde os valores éticos e morais não sejam bem definidos ou o relacionamento familiar não seja coeso", finaliza a psicóloga. 

Outras atividades ajudam - Leitura de histórias afasta crianças de jogos violentos 
Da Redação 

Estudo feito pelo psicólogo e fonoaudiólogo Carlos Brito, professor da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), defende a leitura de contos de fadas como fator desmotivador das crianças em relação aos jogos eletrônicos e sua violência. A tese foi apresentada no Congresso de Tecnologia na Educação, realizado no final de agosto no Centro de Convenções. 

A tese se chama "O universo da fantasia dos contos de fadas no cotidiano das crianças seduzidas pela virtualidade dos jogos de computador" e crê no contato com a literatura infantil para tornar as crianças mais críticas a respeito das narrativas dos jogos de ação e violência. A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas com crianças entre 8 e 9 anos de duas escolas de classe média-alta de Recife, além de visitas em lan houses (casas de jogos eletrônicos e acesso a internet). 

Alternativa 

A psicóloga Olga Tessari recomenda outras formas de divertimento que podem ser mostradas à criança antes desse tipo de jogo, como leitura de histórias, a prática de esportes, plantar uma horta, brincar com argila, aprender origami, andar de bicicleta, ter animal de estimação, brincar com ele e ser responsável pelos cuidados com ele "podem ser atividades tão ou mais interessantes do que os jogos onde a criança tem que destruir obstáculos e criaturas virtuais". 

Mas ela faz uma ressalva: "É importante que estas atividades sejam oferecidas de forma natural, como algo que pode trazer muito prazer e com resultados, sem fazer uso da imposição ou mesmo como 'castigo' para não brincar com games". 

A psicóloga explica que não se deve proibir a criança de brincar com jogos eletrônicos, pois pode apenas piorar a situação. Além de oferecer outras atividades, é preciso estabelecer limites e horários para os jogos, assim como é importante observar o comportamento dos filhos cotidianamente. "Os pais são responsáveis pelos seus filhos e pelo futuro deles como pessoas, portanto, não devem negligenciar a atenção para com eles, devem manter um diálogo aberto e franco nem que seja por alguns minutos ao dia, pois este é o melhor antídoto contra a violência", sentencia. 

Mais informações entre em contato com a psicóloga Olga Tessari pelo site: www.ajudaemocional.com Matéria publicada no site do Padre Marcelo por Rodrigo Herrero em 26/11/2005

Outros textos disponíveis para leitura: 

Adolescência -  Amigos/Grupos -  Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão

Livros de Olga Tessari

Apontam caminhos para você resolver seus problemas

Conheça meus livros, escritos numa linguagem clara e simples para todos os públicos, apontando caminhos para resolver os seus problemas. Como dizem muitos leitores, são livros de cabeceira para serem consultados no dia a dia.
Saiba mais sobre os livros ...

livros de Olga Tessari

Consultoria Comportamental

Experiência na área desde 1984. Aprenda como ter bons relacionamentos, boa autoestima e como ser feliz! Saiba mais...

Cursos online

Realizados com Olga Tessari: baixa autoestima, ansiedade, estresse, medos, fobias, timidez, dificuldade de falar em público, problemas de relacionamento... Saiba mais...

Cursos e Palestras

Tenha momentos de descontração e bom humor, conhecendo e aprendendo mais sobre o comportamento humano. Administrados e apresentados por Olga Tessari. Conheça os cursos, palestras e contrate! Saiba mais...

Consulta

Marque sua consulta com Olga Tessari de forma presencial em seu consultório ou via internet, através de chat, e-mail ou vídeo. Saiba mais..

instagram twitter facebook google linkedin youtube flickr vimeo

Site de informação, divulgação e de orientação sobre problemas do ser humano de origem emocional, respaldado em pesquisas científicas. As informações contidas nesse site têm caráter educativo e informativo e não descartam, em hipótese alguma, as consultas com um psicólogo ou um médico. Leia: Normas de Conduta- Política de Privacidade

ATENÇÃO! Todo o conteúdo desse site está registrado e protegido pela lei de direitos autorais. A cópia sem autorização é crime sujeito às penas da lei: não seja o próximo a ser processado judicialmente! Proibida a reprodução integral ou parcial, para uso comercial, editorial ou republicação na internet mesmo que citada a fonte (Inciso I Artigo 29 - Lei 9610/98). Quer publicar ou copiar os textos do site? Fale comigo

OLGA TESSARI não tem equipe, trabalha sozinha! Também não patrocina, não apoia e nem indica o kit ajuda sentimental ou qualquer outro similar - saiba a visão dela sobre isso!

Consultório:
Rua Dona Avelina, 346. Vila Mariana, São Paulo/SP (mapa)
Tel: (11) 2605-6790 e (11) 99772-9692
Atendimento também pela internet via chat, e-mail ou vídeo;