Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari
*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página
O que pediatras, psicólogos e psicoterapeutas falam a respeito da sexualidade
na adolescência?
A área da adolescência ficou realmente esquecida. O Ministério da
Saúde diz claramente que esses jovens devem ser atendidos pelo pediatra
até os dezenove anos.
Com sua experiência, a pediatra e professora de pediatria da faculdade
de Medicina da UFBA, Dea Mascarenhas *, afirma que ensinar não é a
única função de todos os que participam da educação das crianças e dos
adolescentes, é preciso acompanhar de perto suas transformações. "Eu faço
esse atendimento até hoje, só que não dá mais para atendê-los como era
até os 12 anos; é preciso ver o adolescente como um todo. Saber se ele
está indo bem na escola, já prevendo o adulto que ele será, analisando
suas doenças físicas, psicológicas e sociais. Nós, médicos, professores
e familiares, temos que partilhar isso também. Inclusive, hoje, já existem
espaços diferenciados nas clínicas e hospitais pediátricos para atendê-los,
não mais junto às outras crianças."
Analisando o resultado das campanhas esclarecedoras, destinadas a educar
sexualmente nossos jovens,a , a pediatra Dea Mascarenhas, garante
que não estão tendo resultado, já que tem aumentando muito o número de
grávidas adolescentes. "Eles não têm projeto de vida, chances de estudar
numa boa escola, que os respeite, perspectiva de um emprego que os realize
e renda frutos."
Para a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari, na maioria das vezes,
as informações sobre sexualidade chegam aos adolescentes através dos
próprios colegas, que quase sempre desconhecem a verdade, e da mídia, nem
sempre adequadas. " Infelizmente os jovens têm receio, ficam nervosos e
inseguros de tratar deste assunto com seus pais. Para muitas famílias,
sexo é um tema tabu", esclarece a psicóloga.
A erotização precoce, muitas vezes, é estimulada pelo conjunto de fatores,
desde a TV até a falta de perspectivas e de uma educação relevante
para sua formação. Os pais são despreparados, e é importante que o pediatra
e a escola acompanhem este adolescente até sua fase adulta, que seria até
os 19 anos. Mas, a cada dia, com as consultas corriqueiras, devido a grande
demanda dos consultórios e planos de saúde, e a precariedade da educação,
essas crianças não recebem educação e não são preparadas para o mundo que
as cerca. Para a Dra. Dea, educação e saúde têm que andar juntas. "As crianças
e adolescentes, mesmo que não conversando muito com os pais, já que o assunto
sexualidade incomoda um pouco, devem ter respostas às suas perguntas respondidas
com naturalidade, e essa orientação pode partir do médico pediatra, da
professora e até de um amigo da família."
Entre pais e filhos são discutidos temas como sexo e sexualidade, sexo
seguro, problemas sexuais do homem e da mulher, prazer e orgasmo?
A pediatra Dea Mascarenhas conta que certa vez uma criança perguntou para
a mãe se ela fazia sexo seguro, e a resposta da mãe foi bem objetiva e
verdadeira: Eu faço sexo seguro com seu pai sem usar camisinha, isso porque
somos casados e não temos outros parceiros. Mas a realidade é que para
se estabelecer uma comunicação sobre o assunto é necessário estar aberto
para ouvir, orientar e mostrar os possíveis caminhos a serem percorridos.
Em um ambiente onde a criança e o adolescente se sentem respeitados, tratados
com carinho e compreensão dificilmente não haverá o diálogo. "O jovem deve
ser valorizado como uma pessoa com dignidade e valor, um ser humano que
merece respeito e que deve ser aceito como ele é", afirma a psicóloga Olga
Tessari.
Assim como os adultos, os adolescentes têm dúvidas sobre como usar a pílula,
em como negociar o uso da camisinha e como lidar com o prazer. Os problemas
sexuais são comuns e pouco discutidos, já que a geração de pais na faixa
dos 40 e 50 anos, teve sua adolescência marcada por muita censura ou então
pela liberação sexual, muita ou nenhuma informação. Observa-se que nem
crianças e nem adolescentes estão preparados, até mesmo no início do período
de descoberta do corpo, para lidar com a masturbação. Para a pediatra Dea,
os pais devem mostrar aos filhos que a masturbação, o toque em seu próprio
corpo, é um ato natural e saudável em qualquer fase da vida. "É um ato
de prazer dele para ele. Não dá para ser exposto."
A sexualidade não pode nem deve ser confundida com sexo puro e simplesmente
físico; essa falta de preparação dos jovens, que muitas vezes encaram o
sexo como prazer genital, não é só falta de diálogo. Muitas vezes os pais
ensinam, mas eles mesmos não foram bem preparados e são infelizes. Quem
explica bem isso é o polêmico psicoterapeuta José Angelo Gaiarsa, que afirma
que a humanidade continua a fazer sexo da pior forma possível. E o que
aparece na TV é a banalização do sexo, mostra como não se deve fazer. Em
entrevista à revista Isto É do dia 1º de março de 2000, o psicoterapeuta
Gaiarsa aconselha aos pais que no momento oportuno digam para seus filhos
fazerem sexo bem devagar. "Quanto mais comprido, quanto mais carícias,
melhor. Diria para ir percebendo, olhando, mexendo, brincando com calma,
sem pressa, sem ansiedade."
O bem-estar do homem comum está relacionado a aspectos como sentimentos,
afeto, prazer, namoro, casamento, filhos, projetos de vida e entender,
discutir e acompanhar os questionamentos e reflexões dos adolescentes é
fundamental para o amadurecimento e o desenvolvimento de atitudes ao longo
de suas vidas. A sexualidade, que é intrínseca a todos nós, deve ser vista
e vivida não apenas para a reprodução, e sim para nos sentirmos mais felizes
e tranqüilos no mundo que nos cerca.
Matéria publicada na Revista Mais Feliz n° 197 em agosto/2006
Adolescência - Sexualidade - Amigos/Grupos - Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão
Conheça meus livros, escritos numa linguagem clara e simples para todos
os públicos, apontando caminhos para resolver os seus problemas. Como dizem
muitos leitores, são livros de cabeceira para serem consultados no dia
a dia.
Saiba mais sobre os livros ...
Experiência na área desde 1984. Aprenda como ter bons relacionamentos, boa autoestima e como ser feliz! Saiba mais...
Realizados com Olga Tessari: baixa autoestima, ansiedade, estresse, medos, fobias, timidez, dificuldade de falar em público, problemas de relacionamento... Saiba mais...
Tenha momentos de descontração e bom humor, conhecendo e aprendendo mais sobre o comportamento humano. Administrados e apresentados por Olga Tessari. Conheça os cursos, palestras e contrate! Saiba mais...
Marque sua consulta com Olga Tessari de forma presencial em seu consultório ou via internet, através de chat, e-mail ou vídeo. Saiba mais..
Site de informação, divulgação e de orientação sobre problemas do ser
humano de origem emocional, respaldado em pesquisas científicas. As informações
contidas nesse site têm caráter educativo e informativo e não descartam,
em hipótese alguma, as consultas com um psicólogo ou um médico. Leia:
Normas de Conduta-
Política de Privacidade
ATENÇÃO! Todo o conteúdo desse site está registrado e protegido pela lei
de direitos autorais. A cópia sem autorização é crime sujeito às penas
da lei: não seja o próximo a ser processado judicialmente! Proibida a reprodução
integral ou parcial, para uso comercial, editorial ou republicação na internet
mesmo que citada a fonte (Inciso I Artigo 29 - Lei 9610/98). Quer publicar
ou copiar os textos do site?
Fale comigo
OLGA TESSARI não tem equipe, trabalha sozinha! Também não patrocina, não
apoia e nem indica o kit ajuda sentimental ou qualquer outro similar -
saiba a visão dela sobre isso!
Consultório:
Rua Dona Avelina, 346. Vila Mariana, São Paulo/SP
(mapa)
Tel: (11) 2605-6790 e (11) 99772-9692
Atendimento também pela internet via chat, e-mail ou vídeo;