Olga Tessari

Felizes para sempre

Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari

*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página

É possível ser feliz para sempre? 

Nos contos infantis há sempre uma linda donzela à espera do príncipe encantado, que chega em seu cavalo branco. Fruto do mito do amor romântico, conceito que surgiu no século 12, a idealização do parceiro continua na vida adulta e dificulta o aprofundamento de uma relação. Homens e mulheres sonham em encontrar o par perfeito, alguém que os complete e venha para resolver todos os problemas, mas logo se desiludem quando têm de conviver com uma pessoa real, passível de defeitos e imperfeições. Na fase da paixão é comum não enxergar o outro com muita clareza. Cada um dos parceiros tende a olhar o outro através de uma névoa que encobre o que não se quer ver. "Todos nós idealizamos uma pessoa em nossa imaginação e passamos a vida a procurá-la, desejando que exista de verdade e que com ela possamos ter uma vida plena e feliz para sempre. Infelizmente, esse alguém não é real", diz a psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari. 

Basta que se faça o exercício inverso: até que ponto estamos preparados para corresponder à totalidade dos desejos do outro? Além de não sermos perfeitos, um dos encantos da vida a dois passa precisamente por saber que o cônjuge gosta de nós, apesar de nossas falhas. Quando os relacionamentos terminam porque um dos membros do casal considera que o par precisa ser perfeito, a probabilidade de insucesso nas próximas relações aumenta, de acordo com os especialistas. Além disso, este tipo de expectativa pode conduzir a uma coleção de relações frustradas e ao desencanto em relação ao amor. Os parceiros precisam reconhecer que os erros e defeitos não podem ser apagados, mas também não devem atrapalhar o novo relacionamento. As diferenças e os conflitos podem ser encarados como oportunidades de crescimento e de amadurecimento da relação. 

A vontade de fazer um percurso a dois depende deste conhecimento, bem como da necessidade de concretizar a adaptação aos hábitos de vida de cada um. Segundo Olga, há indivíduos que acreditam piamente que com a convivência serão capazes de fazer o outro mudar e agir de acordo com o seu desejo. A tarefa de tentar transformar a pessoa real na idealizada traz conflitos e sofrimentos. Começam as brigas, as chantagens, as confusões, os mal entendidos. "A perfeição é uma ilusão. Ninguém conseguirá o seu intento de encontrar o par perfeito. Há indivíduos que, por jamais definir que tipo de parceiro desejam para si, acabam se deixando escolher por qualquer pessoa, aumentando as chances do relacionamento não dar certo." 

Na busca de um parceiro, segundo a psicóloga, é preciso definir melhor alguns aspectos básicos, como valores e modo de ser compatíveis. "É possível viver bem com as diferenças, aprender com elas e fazer delas uma fonte de crescimento e de amadurecimento." Na opinião da sexóloga e psicanalista Regina Lins Navarro, a cultura ocidental contribui para o amor romântico, o qual se acredita que para ser feliz é preciso encontrar a alma gêmea. "Isso é um equívoco que ainda permanece na mentalidade das pessoas. Na verdade, cada um tem de desenvolver a capacidade de ficar bem sozinho, ser ciente de suas singularidades, saber o que quer da vida. As pessoas têm medo de lidar consigo mesmas, aproveitar a própria companhia e, por isso, querem se grudar em alguém." 

DICAS: 

Aprenda a falar sobre seus sentimentos 

Pode até ser mais fácil se trancar no quarto quando algo incomoda no parceiro, mas isso não vai mudar nada na relação. Se quiser, acalme-se primeiro e depois converse. É preciso falar o que sente de forma clara com a certeza de que a pessoa vai entender. 

Estabeleça limites 

Todo mundo tem coisas que tolera e outras que não aceita. O ideal é colocar os pingos nos is o quanto antes e combinar como essa situação será resolvida, com os dois aceitando ceder. 

Alimente a relação 

Como uma plantinha, a relação amorosa necessita de tempo e dedicação para permanecer viva. Precisa ser regada com carinho, conversas maduras, brincadeiras, compreensão. Manter o bom humor é fundamental. 

Procure ser feliz sozinha 

Claro que a companhia do parceiro é uma delícia e faz você se sentir alguém especial. Mas isso é diferente de esperar que ele a faça feliz sem esforço de sua parte. Não deposite todas as suas esperanças de felicidade sobre o relacionamento. Crie sua alegria interior. 

Preserve a relação a dois 

O casal é o início e o alicerce da família e, por isso, precisa estar sempre unido para que ela dê certo. Mesmo quando vierem os filhos, continue se dedicando ao parceiro. 

Priorize a relação 

Converse, converse, converse. Seja verdadeiro com quem ama. Fale sobre seu dia, relate suas frustrações com a vida e conte coisas boas também. Desabafe! Envolva o parceiro no seu mundo e deixe que ele faça o mesmo com você. 

Seja independente 

Nunca deixe de fazer algo que tem muita vontade porque o outro não quer. Quem se anula por causa do companheiro acaba cobrando a mesma atitude e assim é que começam os conflitos. A relação deve ser uma soma, jamais uma dependência. 

Perdoe 

Se vocês já conversaram sobre algo que os incomodava e acertaram como devem agir a partir daquele momento, por que voltar a falar no assunto? Fazendo isso, você leva o outro a pensar que a conversa anterior não serviu para nada e que foi falsa ao dizer que estava tudo bem. 

Tirem um tempo para vocês 

A rotina estressante de trabalho, filhos, problemas financeiros e familiares acaba com qualquer paixão. Por isso, nada melhor do que desfrutar de um tempo de lazer só para os dois. É importante ter um dia ou noite por semana, somente para namorar. 

Não fuja; persista! 

O sucesso ou o fracasso da relação depende de quem faz parte dela, ou seja, você e seu par. Não abandone o barco antes de começar a remar. Não saia correndo na primeira dificuldade. Seja persistente e faça tudo o que puder. 

Fonte: Olga Inês Tessari, psicóloga e psicoterapeuta - www.ajudaemocional.com 

Matéria publicada no Diarioweb por Fabíola Zanetti em 09/05/2007

Outros textos disponíveis para leitura: 

Adolescência -  Amigos/Grupos -  Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão

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