Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari
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Em qualquer época, os jovens são sempre notícia.
Sozinhos ou reunidos nas chamadas 'tribos urbanas', eles se destacam pela atitude diferente, o linguajar, a roupa e os sons que costuma ouvir. Em Belém, não é diferente. Andando pela rua, praças ou freqüentando os ambientes noturnos, não é difícil se deparar com aquele grupo de jovens com um cabelo colorido, roupa rasgada, botas e acessórios dos mais diversificados. Outros preferem o inverso, roupas de griffe, cabelo bem arrumado, impecavelmente perfeito.
Clarissa Vicente, de 15 anos, se identifica com os mais variados estilos, do punk ao grunge, passando pelo gótico até um pouco do hardcore. Suas roupas são marcantes, difícil passar despercebida. 'Geralmente uso calça jeans, uma blusa preta e um All Star surrado. Também costumo passar muito lápis preto, até para ir ao colégio, além de usar os meus cordões com cruz', descreve a jovem que cursa a 8º série. Cerca de 80% do guarda-roupa de Clarissa é preto, cor que parece ser sua segunda pele. 'Quando não estou usando preto até me sinto mal, como se não fosse eu quem estivesse ali'.
Apreciadora incondicional da banda Nirvana, Clarissa conta que, por não ter um estilo definido, criou a sua própria filosofia de vida, que é, basicamente, 'viver cada minuto intensamente como se fosse o último, principalmente com as pessoas que estão ao meu lado, porque amanhã elas podem não estar mais', diz. Na sua turma de amigos, nem todos são iguais a ela, mas isso colabora para que Clarissa enriqueça sua percepção de mundo. 'Isso é bom porque, não só aprendo a respeitar as diferenças, como eles também me trazem experiências diversificadas', analisa.
Essa maturidade exposta por Clarissa, também é encontrada no jovem Rafael Duarte, 18, estudante de Relações Internacionais. O estilo europeu, casado com as roupas e botas negras e os cabelos longos podem parecer estranho para muitos, mas bastam alguns minutos de conversa com Rafael para perceber que a aparência é mesmo ilusória. Poliglota (fala sete idiomas), estudioso, o jovem diz que se identifica com os estilos black metal, apesar de não adotar a filosofia que ele considera 'niilista' e o cyber gótico, que une o preto com os acessórios metalizados. 'Gosto de usar preto, é a cor do poder e da elegância, ela cai bem para qualquer ocasião'.
Rafael, que é descendente de holandeses, se considera uma pessoa reservada. Apesar de chamar a atenção pela forma como se veste, diz que suas roupas o fazem se sentir invisível. Mas não é bem assim, para os outros ele não passa nada incólume. Quem não o conhece, costuma fazer gozação de seu estilo, como algumas pessoas da faculdade onde estuda. Mas acredita que, no geral, por ter se tornado popular, as reações são positivas a seu respeito. 'Os professores gostam muito de mim e os amigos me acham simpático', conta. Rafael começou a adotar o estilo há cerca de quatro anos, quando ainda morava em Santarém, influenciado por uma amiga. Entre suas bandas preferidas estão a Azaghal, da Finlândia, Subliritum, da Noruega, Dark Funeral, da Suécia, além da brasileira Miasthemia.
Em certos casos, mesmo querendo mostrar uma atitude diferente, às vezes é necessário recuar para ser aceito. Foi isso que aconteceu com Taiana Souza, de 19 anos, estudante de Relações Públicas. Para conseguir um estágio, teve que mudar a cor do cabelo, que antes era pincelado de roxo, usar maquiagem mais leve e adotar roupas mais convencionais. Segundo ela, seu estilo mesmo é o alternativo. 'Gosto de calça rasgada, botas ou All Star, camiseta com mensagens políticas ou sobre ecologia', conta. A mudança imposta pelo estágio foi de encontro às suas aspirações de vida: 'Quero ser aceita do jeito que sou, sem precisar seguir um padrão rígido da sociedade', ressalta. Na hora da diversão, nos finais de semana, Taiana costuma ir com a turma nos locais onde toca punk e rock and roll, onde consegue ser o que gosta. 'No futuro penso ser fiel a este meu estilo', diz a estudante que desde criança sofreu influência da família no quesito rebeldia. 'Meu pai ouvia Rolling Stones, meus tios Beatles e tinha mais duas tias hippies'.
O estudante de jornalismo Marcelo Leite, de 20 anos, optou por um estilo nem tão diferente assim, mas que se afina com seu modo de encarar a vida. 'Quero aproveitar ao máximo cada dia', diz. Quem o conhece sabe que o bermudão, a camisa larga, o tênis grande, no estilo skatista, não podem faltar no seu dia-a-dia. Tem uma turma de mais de 20 pessoas que costuma freqüentar os locais onde o som é o rock ou reggae. Nesses locais, são todos muito iguais, é por isso que Marcelo gosta e se identifica. Um dos seus hobbies é andar de long board, pranchão semelhante ao skate, que ele só utiliza nas ladeiras de Tucurui.
'Patricinha sim, fútil não'
Esse é o lema de Ana Carolina Araújo, 22 anos, estudante de Relações Públicas. Sempre bem vestida, utilizando roupas de griffe famosas, acessórios sofisticados, cabelos bem cuidados e arrumados, foi difícil para Carol, como é mais conhecida pelos amigos, resistir ao rótulo de 'Paty', mas faz questão de avisar que futilidade não é com ela. 'Gosto de me vestir bem, de usar uma bela maquiagem, mas não descuido do intelecto. Leio muito e estudo para no futuro montar uma empresa de consultoria na área de gerenciamento de crises', revela. Realmente, uma coisa não dilui a outra.
Enquanto o futuro não chega e as preocupações do trabalho também, Carol segue seus estudos e investe pesado na sua aparência. Chega a gastar cerca mil reais por mês, para desespero do marido, o advogado Eduardo Alt. Mas ela é mesmo uma Patricinha meio diferente, pois, acreditem, odeia fazer compras em Shoppings. 'Não suporto. Sou Patricinha da Braz', intitula-se. A vaidade ela acredita que herdou do pai, pois a mãe passa longe disso. E Carol não poderia mesmo ter um estilo diferente. Desde criança os seus presentes preferidos não tinham nada a ver com bonecas. 'Gostava de ganhar roupas e sapatos'. E o que faz uma Paty para se divertir? Carol, opta pelas boates mais refinadas da cidade, mas também não abre mão das micaretas. 'Adoro o Asa de Águia', entusiasma-se.
Diante de tantos exemplos de jovens que seguem estilos diferentes, será que é possível saber até que ponto é modismo e quando se trata da busca real de um modo de vida? Para a Psicóloga Olga Tessari, os jovens têm necessidade de buscar uma identidade própria quando chega numa fase em que não são mais crianças, nem tampouco chegaram à fase adulta. 'Nesse período de transição, eles tentam se descolar da família e procuram se agregar às pessoas que acreditam ser parecidas com eles, o que os fortalece diante da sociedade, por isso andam em grupo, em busca de novos valores e novas referências'.
Quanto aos pais, se andam meio desconfiados com o estilo adotado pelos filhos, o diálogo é aconselhado. "Opor-se frontalmente é um motivo a mais para que as opiniões se acirrem. O melhor é conversar, procurar saber o porquê da roupa, do cabelo, a quem o jovem quer se direcionar com aquela atitude'. "Os pais devem estar sempre atentos ao comportamento dos filhos e devem conhecer de perto os amigos deles. Claro que os jovens não gostam dessa vigilância toda, mas cabe aos pais dialogar e mostrar que confiam nos seus filhos", orienta.
Matéria publicada no site da TV Liberal por Iva Muniz em setembro/2007
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