Olga Tessari

Namorado x marido: qual deles é melhor?

Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari

*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página

Todo mundo quer um grande amor 

Mas as relações amorosas não são fáceis. Nos tempos modernos, a concepção de príncipe encantado caiu por água abaixo e não conseguiu ultrapassar a telinha dos grandes filmes. 

A preocupação da vida adulta atrelada ao estresse da vida moderna e à incorporação da mulher no mercado de trabalho deram um baque tão grande, que os efeitos ultrapassaram a economia e a política. Isso tudo afetou a relação entre o homem e a mulher. 

Apesar de tudo, o sonho de se casar ainda é muito comum entre as mulheres. Elas acreditam que vão encontrar um príncipe e que ele vai permanecer encantado até o final da vida. Quem é casado sabe que não é bem assim que funciona. Muitas vezes, a mulher acaba virando uma escrava do lar. 

Para complementar, um estudo recente comprovou o que todos já desconfiavam: namorados são mais prestativos do que os maridos. Segundo esse estudo, publicado no último número da revista Journal of Family Issues, isso se reproduz principalmente na questão das tarefas domésticas. Foi comprovado que os namorados suam mais a camisa na hora de fazer o trabalho de casa. O estudo evidencia também que as mulheres casadas trabalham mais em casa do que as solteiras que moram com seus companheiros. 

Os homens querem uma dona de casa para cuidar deles porque ainda não sabem se virar sozinhos. "Isso, na maioria das vezes, é culpa das próprias mulheres, que ainda educam seus filhos diferentemente das filhas, de forma que os meninos sejam dependentes delas. Além disso, até no próprio casamento as mulheres distribuem mal as tarefas. Elas acostumam seus parceiros com agrados além do normal, como cuidar das roupas deles sempre, dar comida, limpar seus pertences e etc", afirma a psicóloga Olga Tessari, que possui um site de psicologia na internet (www.ajudaemocional.com). 

Mas por que o parceiro muda tanto depois do casamento? 

Segundo a psicóloga Olga Tessari, no início do namoro é comum o namorado fazer de tudo para agradar a namorada com a intenção de conquistá-la. "Seria algo mais ou menos assim: quando uma pessoa inicia um namoro, ela tende a mostrar apenas o seu lado bom, o seu melhor, esconde seus defeitos e faz de tudo para conquistar a pessoa amada, muitas vezes, agindo até contra a sua vontade somente para agradar", afirma Olga Tessari. 

Ainda segundo a psicóloga, depois que a pessoa é conquistada, o conquistador relaxa um pouco, pára de fazer o que não gosta e mostra-se exatamente como é. "Já presenciei um caso de uma menina em que, no começo do namoro, o namorado lhe dava flores, era todo romântico, preocupava-se em saber aonde ela gostava de ir, o que desejava fazer, etc. Quando a menina já estava completamente encantada por esse Don Juan, eles se casaram. Um tempo depois, ela contou que ele não gostava mais de sair, nunca mais lhe deu flores e só queria fazer programas que ele mesmo tinha vontade, não se importando com o desejo dela", conta Olga, que resume: "Usando outras palavras, eu diria que, no namoro, a pessoa veste uma máscara que é tirada quando a conquista se consuma: no casamento". 

Um casamento só é feliz e verdadeiro se ambas as partes dão o melhor de si, sem mascarar nada ou anular parte da personalidade por causa do parceiro. Há quem diga que a arte de se casar consiste em saber conquistar uma mesma pessoa de diversas maneiras, todos os dias. 

A grande diferença entre namorar e casar 

De acordo com a especialista Olga Tessari, a questão não é o relacionamento "dar uma murchada" com o casamento, mas sim, a questão de ambos já se sentirem grandes conquistadores. "Eles passam a deixar de lado pequenos agrados e a atenção que dispensavam antes, entregando-se à rotina do dia-a-dia", afirma Olga, que completa: "no namoro, não se fala em contas e problemas do dia-a-dia, como no casamento. E é isso que acaba levando à perda do encanto pelo parceiro por conta de discussões e conflitos a respeito da rotina do casal". 

A psicóloga ainda afirma que casadas ou não, as pessoas têm que manter o clima de namoro, de romantismo, de surpresa, ou seja, é preciso conquistar e reconquistar a pessoa amada. 

Atenção, mulheres! 

Com o passar dos anos, principalmente depois do casamento, o "tesão" do homem pela sua mulher acaba diminuindo. Segundo Olga, isso ocorre porque, à princípio, a mulher sempre fica sorridente, atraente e sensual. Com o tempo, ela começa a se mostrar chata, irritada, cansada e nem sempre está com vontade de fazer sexo. "Muitos homens reclamam que suas parceiras, que adoravam fazer sexo sempre que eles queriam, aos poucos, acabavam inventando uma série de desculpas para não mais fazê-lo", afirma a psicóloga. 

Além disso, se a namorada, que antes era meiga, carinhosa e alegre, passa a se mostrar implicante ou ciumenta, é óbvio que o "tesão" vai diminuir. "Outro dia um paciente disse que preferia namorar apenas no final de semana à noite porque não suportava ficar muito tempo com a namorada por conta das implicâncias dela, algo que não acontecia no começo do namoro", conta Olga Tessari. 

Ainda de acordo com a especialista, para que seu relacionamento seja duradouro, você deve aprender a dialogar, a dizer o que sente e, principalmente, jamais dar indiretas do que você quer. "Essas indiretas, quase sempre, são mal interpretadas pelo outro", alerta Olga Tessari. 

Tempos modernos 

Poderíamos culpar a falta de tempo como a causa das dificuldades do casal, embora ela não seja a causa primária, mas uma boa desculpa para casais que não sabem administrar bem o seu tempo. "Se o casal mantivesse um tempo para a convivência, mesmo que pequeno, um pouco de tempo para namorar, conversar sem se preocupar com outras atividades, já seria o suficiente para manter um bom relacionamento", diz Olga Tessari. 

Para completar, o estresse e a rotina do dia-a-dia também acabam desgastando relações, sobretudo as dos casados. "Acaba sendo muito chato conviver com uma pessoa que todo dia faz tudo igual, reclama sempre, está cansada, triste e que não está bem nem consigo mesma", afirma a especialista. 

Talvez por esses e outros motivos, esteja crescendo o número de "junções", caindo o número de casamentos, e aumentado o numero de divórcios. Nos dias de hoje, a praticidade do dia-a-dia e a extrema burocracia tornou o casamento algo inviável. O casamento em si (e todos aqueles frufrus, como o vestido da noiva, a igreja enfeitada, o buquê, a festa, o bolo e etc) está cada vez mais se tornando uma coisa rara. Hoje em dia a onda é "juntar". Nada de casar ou namorar cada um na sua casa. Por isso, palavras como "namorido" tiveram que ser incorporadas ao vocabulário moderno. 

Mas será que esse negócio de morar junto pode realmente ser uma boa saída? "Hoje em dia, não há diferença entre morar junto e casar no papel, inclusive a lei beneficia da mesma forma casais casados no papel e aqueles que moram juntos por um determinado tempo. Talvez, se um dos parceiros se sentir meio inseguro por conta de não estar casado legalmente, ele possa agir no sentido de conquistar seu parceiro no dia-a-dia, diferente daquele que é casado legalmente que acredita que um papel o fará casado por toda a vida, sem precisar cultivar o relacionamento", acredita a especialista. 

A grande dica 

De acordo com a especialista, há uma dica muito boa para se manter sempre acesa a chama da paixão, independente do namorado ou do marido, fazendo com que o parceiro seja sempre prestativo, atencioso e preocupado com você. "Minha dica é manter um clima de namoro sempre. Procurar separar um dia da semana para isso, saindo de casa e fazendo um programa especial, deixando os problemas do dia-a-dia de lado, agindo como nos bons tempos do início do namoro", finaliza Olga Tessari. 

Matéria publicada no site Cristina Arcangelli por Nadia Heisler em 10/10/2007

Outros textos disponíveis para leitura: 

Adolescência -  Amigos/Grupos -  Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão

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