Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari
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Estamos no século XXI
Em pleno século 21, com toda modernidade, globalização e evolução da sociedade ainda há quem espere pela aprovação dos outros para agir. Essas pessoas não se conscientizaram, ainda, do mal que causam a si mesmas. Mal sabem que com isso perdem autenticidade, liberdade, conforto e, principalmente, a personalidade, a própria identidade.
A necessidade de agradar terceiros, sem se satisfazer primeiro, é extremamente prejudicial à evolução mental, espiritual e até física. De acordo com a psicóloga e psicoterapeuta de São Paulo Olga Tessari, pessoas que agem desse modo não se amam, e gostar de si mesmo é, inclusive, antídoto contra influências de pessoas indesejáveis. "Infelizmente, quem tem baixa autoestima se deixa influenciar por outras pessoas e, muitas vezes, muda o curso de sua vida por causa delas. A conseqüência é uma vida infeliz justamente porque vão contra seus próprios desejos e planos", afirma.
Respeitar para ser respeitado. A expressão é bastante conhecida e vale ao pé da letra no âmbito da educação social, nas relações de trabalho, familiar e afetiva entre outras. Porém, só consegue respeitar o próximo aquele que consegue respeitar a si mesmo. E só consegue respeitar a si mesmo aquele que se ama.
Para quem não sabe, autoestima é a opinião e o sentimento que cada pessoa tem por si mesma. É ser capaz de respeitar, confiar e gostar de si. Quem não se ama, não se respeita, não tem limites e assim sucessivamente. A vida dessas pessoas tende a não ser das melhores, principalmente porque, geralmente, são negativas, pessimistas. O limite é a prova madura e adulta do amor-próprio e "colocar limites nas pessoas não é ser agressivo ou mal-educado, mas respeitar a si mesmo em primeiro lugar"
Olga Tessari afirma que respeitar a si mesmo é saber o que se deseja, quais são os próprios limites e até onde se pode ir com solicitações de terceiros. "Não é ser egoísta (pensar somente em si), mas não se prejudicar por causa de ninguém." Ela diz que pessoas com baixa autoestima certamente a tem por causa de sua história na infância. Em geral, segundo ela, os pais eram muito críticos, exigentes e não respeitavam os limites dela enquanto criança. Pais com esse perfil desejam que o filho faça muito mais do que é possível para ele e isso gera na criança a sensação de não conseguir ser o que eles desejam e, pior do que isso, acreditam que os pais não gostam dela.
"É por isso que quando adulta, a criança que foi tratada dessa forma segue a vida em busca da aprovação alheia, sem perceber que jamais conseguirá a aprovação de todos. A maior aprovação que ela deve buscar é dela mesma", afirma.
Enquanto a pessoa não descobre quais as causas reais da sua falta de autoconfiança, respeito e amor-próprio segue a vida em busca da aprovação alheia. Faz de tudo para se sentir querida, amada, quando na verdade o que precisa é amar a si mesma. Além disso, com o tempo quem convive com essas pessoas enjoa e se cansa delas.
Já crianças que foram respeitadas, aprenderam a se respeitar, sabem dos próprios limites e sabem dizer não quando necessário. Olga reforça que pessoas com baixa autoestima costumam ter vida sofrida, infeliz e contrária aos seus desejos. Por isso, precisam de tratamento psicológico para se conhecer melhor e aprender a respeitar a si mesmas.
Serviço:
Olga Tessari, psicóloga, psicoterapeuta, pesquisadora e escritora, fones (11) 2605-6790 e (11) 99772-9692 www.ajudaemocional.com
Matéria publicada no CorreioWeb em março/2007
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