Olga Tessari

Relações Intergeracionais: 
Professor-Aluno na Geração Net

Consultoria de © Dra Olga Inês Tessari

*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página

Professor X Aluno 

Este artigo visa apresentar a influência que uma tecnologia recente, como é a Internet, tem numa relação intemporal como é aquela que se estabelece entre professores e alunos (que além de ser uma relação de ensino-aprendizagem, é também uma relação intergeracional). Assim, começar-se-ão por descrever as relações (e conflitos) de gerações, de forma genérica, para, de seguida, passar a analisar as alterações que a Internet e demais TIC1 introduziram na relação professor-aluno, particularmente, no contexto em que actua o autor deste artigo, que é professor no ensino superior, leccionando a alunos da chamada «Geração Net» [1][2][3]. 

As Relações (e Conflitos) de Gerações 

Todos nós envelhecemos e sabemos disso, mas parece que, quando se está na adolescência, muitas vezes, este facto é esquecido. Além disso, todos nós desejamos ter as nossas próprias experiências, rejeitando pautar a vida com base no que os outros já viveram. Por estas razões (e não só), existem, geralmente, muitos conflitos na convivência entre gerações diferentes, que talvez fossem menores se existisse mais compreensão de ambas as partes. Segundo a psicoterapeuta Olga Tessari [4], os conflitos acontecem porque gerações diferentes têm visões do mundo distintas. Os mais idosos, por causa de toda a experiência de vida acumulada, querem sempre poupar os mais jovens de más experiências; mas esquecem-se de que aprendemos a viver vivendo, tendo experiências boas e más. Além disso, quando na condição de pais, os mais velhos encaram sempre os filhos como crianças inexperientes - é muito difícil, para eles, aceitarem que os filhos crescem e, ao se tornarem adultos, podem ter a opção de seguir caminhos diferentes dos pais, ou experimentarem o que foram más experiências para os pais. 

As Relações Professor-Aluno na Geração Net 

Para os professores nascidos até ao final da década de 1970, torna-se difícil perceber que os métodos de ensino que funcionaram com eles, enquanto alunos, não têm forçosamente que funcionar com os seus actuais alunos. E isto porque os seus actuais alunos fizeram todo um percurso de aprendizagem até aqui, utilizando ferramentas e tecnologias que não só eram inexistentes na anterior geração, como também que os professores ainda não dominam em toda a sua extensão. 

1 Tecnologias de Informação e Comunicação. Os alunos da chamada Geração Net (também conhecidos por Nativos Digitais) são os estudantes que passaram toda a sua infância e adolescência, usando computadores, ouvindo música digital, jogando videojogos, e socializando-se uns com os outros através de telemóveis e mensagens instantâneas [3]. Nascidos após 1982, eles cresceram com os computadores e a sua utilização dos equipamentos digitais parece quase inata. A sua educação foi baseada no acesso imediato à informação via Internet, daí resultando estilos e interesses de aprendizagem diferentes dos tradicionais, o que obrigará os seus actuais professores a fazerem alterações nos seus métodos de ensino. Para nós, professores que nascemos antes de 1982, também existe uma designação – somos os Imigrantes Digitais, porque ficámos fascinados pelas novas tecnologias e começámos a adoptar, por iniciativa própria2 ou por imposição de políticas de educação, alguns aspectos dessas tecnologias [3]. Na junção destas duas realidades poderá surgir uma Barreira Digital entre professores e alunos. Daí que reconhecer as diferenças nos estilos de aprendizagem destas duas gerações, deve ser o primeiro passo que os professores devem dar para adoptarem programas e ferramentas educativas eficazes para os seus «novos» alunos, porque os estudantes da Geração Net não quererão ouvir uma palestra de uma hora, mesmo quando acompanhada de diapositivos! [3] Os Nativos Digitais habituaram-se à informação imediata e à comunicação em tempo real, o que contribuiu para o sentimento de impaciência e expectativa de obter resultados imediatos, que está presente em todas as suas acções educativas e/ou lúdicas. Além disso, eles querem ter o controlo dos seus processos de aprendizagem, o que não se coaduna com os tradicionais métodos sequenciais, como são as aulas expositivas e os livros em suporte de papel. Por isso, professor: mude o seu método de ensino. Faça um site ou mantenha um blog. Crie conteúdos áudio e vídeo de suporte às suas aulas. Recorra a software didáctico de carácter demonstrativo. E acima de tudo, deixe que os seus alunos façam o percurso de aprendizagem de forma não sequencial. Lembre-se que os estudantes da Geração Net são multitarefa, ou seja, conseguem lidar com múltiplas fontes de informação em simultâneo. 

Um Caso Prático 

O autor deste artigo é também docente da disciplina de Investigação em Saúde, leccionada no primeiro ano dos vários cursos do Instituto Politécnico de Saúde do Norte 2 até mesmo para conseguir «sobreviver» profissionalmente Ano 4 - Nº 6 ISCS-Notícias 7 (IPSN); e desde o ano lectivo 2005/06, que passou a disponibilizar aos alunos, para além de um site de apoio às aulas3, a gravação dessas mesmas aulas em suporte multimédia. Para tal, recorreu a uma aplicação informática denominada ScreenFlash4, que permite gravar tudo o que se passa no ecrã do computador, nomeadamente, uma sequência de diapositivos do MS PowerPoint, um vídeo ou filme do Windows Media Player ou QuickTime Player, ou uma consulta à World Wide Web; e tudo isto com o acréscimo do som, quer seja do próprio computador ou de uma fonte externa, como é o caso de um microfone que permite inserir a locução do docente. Essa tarefa de gravação das aulas não requer que esteja a decorrer uma aula com o propósito de ser gravada «ao vivo». Antes, pode (e deve) ser conduzida inserida no período de planejamento das aulas, que antecede o início do ano lectivo. Passados vários meses de utilização, registo vários sinais da aceitação dos alunos pelo novo método de ensino/aprendizagem, nomeadamente, aumentou o número de alunos a assistir às aulas (que não são de carácter obrigatório), aumentou o seu interesse/motivação pelas matérias, e melhoraram os resultados alcançados pelos alunos. Daí que, tais resultados constituem um incentivo para continuar a inovar nos métodos de ensino utilizados para leccionar a disciplina, e até mesmo, estender esses métodos a outras disciplinas dos IPSN e ISCS-N. 

Bibliografia 

[1] Fernández I., Prados, M.A. 2006. Jovenes, Internet y Conflictos Familiares. Universidade de Murcia. 

[2] Fernández F., Sala X. 2002. Una familia en el ciberespacio: experiências formativas de uso de Internet para padres y madres.Universidade de Navarra. 

[3] Anónimo. 2006. Educational strategies in generational designs, Progress in Transplantation, 16(1): 8-9. 

[4] Tessari O.I. Conflito de Gerações: Encontro de gerações...Eternos conflitos? [On-line]. Ajuda Emocional.com. Disponível em: https://ajudaemocional.tripod.com/rep/id2.html. (acedido em 29 Jan.2007). 

Matéria publicada no Boletim Informativo do Instituto Superior de Ciências da Saúde – Norte - Abril 2007 Ano 5 – No. 7 - Por Rui Jesus

Outros textos disponíveis para leitura: 

Adolescência -  Amigos/Grupos -  Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão

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