Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari
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Ser idoso é uma conquista!
Com as mudanças ocorridas no decorrer das décadas hoje a população idosa
já desempenha um novo papel na sociedade, ajudando a sustentar famílias,
voltando ao mercado de trabalho e preocupando-se com a qualidade de vida.
O Brasil já conta com 8,6% da sua população composta por pessoas
idosas de acordo com dados do Censo de 2000. São 14,5 milhões de brasileiros
com mais de 60 anos, idade em que uma pessoas já é considerada velha para
o IBGE e também para a Organização Mundial de Saúde (OMS).Em 1991 o número
de idosos no país era de 7,3% e em uma década houve um aumento de 17% nessa
camada da população. Nosso país já pode ser considerado um país de velhos,
pois uma taxa acima de 7% de idosos já caracteriza uma população envelhecida.
A população brasileira vive hoje em media 68,6 anos, 2,5 anos a mais do
que há uma década e estima-se que até 2020 sejam mais de 30 milhões
de pessoas com mais de 60 anos e a expectativa de vida suba para 70,3 anos.
Esse envelhecimento da população é um reflexo do aumento da expectativa
de vida, devido ao avanço no campo da saúde e à redução da taxa de natalidade.
Hoje, de acordo com dados do IBGE, as famílias brasileiras têm menos filhos.
Ter uma população idosa exige repensar o conceito de sociedade. A
OMS em seu relatório de 1999 sobre a perspectiva do curso da vida diz que
é fundamental implementar legislações especificas contra a discriminação
de idosos na educação, trabalho e serviço de saúde. Educar as pessoas quanto
ao estereótipo errado que se tem em relação a essa camada da sociedade
além de desenvolver junto com os idosos programas de saúde preventivos.
Todas essas medidas visam melhorar a qualidade de vida na terceira
idade que pode ser definida como a manutenção da saúde, em seu maior nível
possível, em todos os aspectos da vida humana: físico, social, psíquico
e espiritual (Organização Mundial de Saúde,1991). Para muitos a velhice
é tempo de lástimas, reclamações e impossibilidades, já para outros é tempo
de florescer, de fazer aquilo que não podia porque não tinha tempo ou coragem.
É o tempo de possibilidades.
Para a professora Meyre Eiras de Barros Pinto doutora em educação
pela Universidade de Campinas com ênfase em Psicologia do Desenvolvimento
Humano, principalmente com os temas velhice e expectativa de vida, que
atua no departamento de Psicologia e Psicanálise da UEL, "Cada um envelhece
de acordo com suas características de personalidade e de acordo com o meio
em que viveu, não podemos continuar colocando estereótipos de que pessoas
velhas ficam ranzinzas e esquecidas. Não se pode homogeneizar experiências."
Ainda de acordo com a Dra. Meyre Eiras, se a pessoa está bem com ela, madura
com seu próprio envelhecimento e aceita as limitações que vem com a velhice,
ela lança mão de novos projetos de vida.
Há outros importantes fatores que levam a população idosa a melhorar a
sua qualidade de vida, como uma alimentação saudável, por exemplo,
o que implica em suprir o organismo com todos os nutrientes necessários
para o seu bom funcionamento e para a conservação de um peso estável. Uma
alimentação correta é um fator importante na prevenção e tratamento de
diversas doenças. O idoso também nunca deve deixar de realizar visitas
periódicas ao médico para prevenir, diagnosticar e tratar doenças que possam
diminuir a qualidade de vida. Também é importante que na terceira idade
não deixe de praticar atividades aeróbicas e exercícios, sempre lembrando
que devem ser na medida, de acordo com as limitações físicas e sempre acompanhados
de orientação médica especializada. Essas práticas colocadas no cotidiano
e se tornando prazerosas serviram para facilitar a conservação da saúde
e do bem estar.
Saber usufruir de todos os momentos de lazer, a interação social
e o desenvolvimento de hobbies colaboram para que a mente mantenha-se ativa
e saudável, explica a psicóloga e psicoterapeuta Dra. Olga Inês Tessari
(informação retirada do artigo "Educação para a Melhor Idade"). Se o idoso
já não tem mais o vigor físico da juventude pode se integrar à sociedade
por meio de suas experiências de vida compartilhadas com as novas gerações.
Empresas já começaram a ver a importância dos idosos e cada vez mais os
mantém em seu quadro de empregados devido a sua grande experiência e habilidade
para treinar os novos funcionários.
Hoje o idoso tem uma nova perspectiva e novas funções na sociedade, se
antes eram sujeitos a ficar em casa, agora cada vez mais participam
ativamente da economia. Para Dra. Meyre Eiras, a partir do momento em que
se aceita velhice e vê o seu lado positivo o idoso ganha fôlego para desenvolver
novos projetos de vida. Boa parte dos idosos são chefes de família e a
renda média chega a ser superior do que as chefiadas por adultos não-idosos.
O Censo de 2000 apontou que 64,2% dos idosos e 37,6% das idosas são chefes
de família, são quase 9 milhões de pessoas com mais de 60 anos que ajudam
a aumentar a renda e até mesmo sustentar a família.
SERVIÇO "Educação para a Melhor Idade" "Qualidade de vida na Terceira
idade" Dra. Olga Inês Tessari, psicóloga, psicoterapeuta e pesquisadora
Matéria publicada no Jornal Express - Pauta e Reportagem: Márcio Araujo
- Edição: Larissa Ayumi e Beatriz Assumpção - Ano 4 - Ed. 23 - 14/10/2007
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