Olga Tessari

Amor bandido

Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari

*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página

Jamais aceitar uma agressão - Esta é a frase de ordem das garotas no Dia Internacional da Mulher 

Recentemente um fato do mundo dos famosos chocou a galera jovem. No início do mês passado a super popular cantora Rihanna, 20, que inclusive é um estilo seguido por muitas garotas, foi agredida pelo seu namorado, o rapper Chris Brown, 19. Para quem pegou a história pela metade, tudo começou no carro de Chris em uma manhã de domingo, horas antes da participação programada dele e de Rihanna na cerimônia do Grammy. O site de celebridades TMZ disse que ele deixou o local e que a polícia encontrou a cantora em seu carro com o nariz ensangüentado, o lábio partido e marcas de mordidas no corpo. O rapper foi preso logo depois do ocorrido e pagou fiança de US$50 mil. 

Entre as diversas fofocas que rolaram na mídia, o que mais abalou a todos foi que alguns dias depois, Rihanna simplesmente reatou com Chris, após seu pedido de desculpas. Apesar de não estarmos aqui para julgar ninguém, muita gente não concordou com a atitude dela. "Eu nunca voltaria com uma pessoa assim. Sou muito orgulhosa e tenho amor e respeito por mim mesma. O que ele fez é sinal de que não a ama", opina a estudante Leatrice Arruda, 20. 

A vendedora Aline Campos, 22, já foi casada por um ano e meio e a violência foi a causa de ela ter pedido o divórcio. "Logo na primeira vez que ele me agrediu, eu já me decidi, o denunciei na polícia e nunca mais quis ficar com ele. Infelizmente, um mês após a minha denúncia saiu a Lei Maria da Penha, por isso ele só ficou preso por dois dias", conta. "Uma vez que a pessoa bate e você não toma uma atitude drástica, ela vai bater para sempre. É preciso ser forte e romper enquanto é cedo". Devido a essa experiência, Aline ficou com um certo receio em sua vida pessoal. "Hoje, tenho um outro relacionamento, mas parece que estou traumatizada, fico desconfiada com qualquer coisa". 

A estudante universitária Nathália Brasil Sotero, 22, tem a mesma idéia das outras jovens: jamais aceitar uma agressão. "Se ele é agressor uma vez, será sempre. Uma pessoa assim tem na alma esta índole violenta. É preciso se afastar. Eu fui totalmente contra a decisão de reatamento desta cantora. Minha mãe trabalha com a Lei Maria da Penha e também ficou indignada. Como uma menina tão bonita, informada, educada e independente financeiramente se sujeita a isso?. Se ele bateu nela é porque não a respeita. Não importa o motivo, eu jamais voltaria com um homem que me batesse, por nada, nem mesmo se estivesse grávida dele", garante. "Acredito que mulheres que voltam com homens assim é porque têm medo de ficar sozinhas ou temem que eles acabem com a vida delas. Não é fácil, eu sei, mas é preciso ter força e coragem e se livrar disso logo no início. É uma questão de amor próprio", argumenta. Nathália completou nesta semana três anos de namoro e está muito feliz por ter escolhido a pessoa certa. Mas o que seria ter um relacionamento ideal? "Acima de tudo acho que em qualquer relacionamento é necessário existir respeito, amor, fidelidade e honestidade". 

Os pais precisam estar atentos e ao lado de seus filhos 

O que leva uma pessoa a ser agressiva? E por que o outro aceita? O que fazer? 

A psicóloga, pesquisadora e escritora, Olga Tessari, explica um pouco estas questões. "Nem sempre os traumas de infância são os responsáveis pela agressividade. Isso está mais relacionado a um fator cultural da nossa sociedade machista, onde o homem encara a mulher como um ser inferior, como sua serva e acaba descontando nela a sua agressividade". 

Digamos que seria algo como bater no mais fraco até para não ter consequências ruins para si mesmo. Já pensou se ele fosse bater num sujeito maior e mais forte do que ele? "Outros fatores também contribuem para a agressividade como o fato de não admitir ser contrariado, por ele ter sido muito mimado na infância, etc. Em muitos casos, ele imita, de forma inconsciente, o comportamento de seu pai com sua mãe", diz Olga Tessari. 

Nem sempre a menina consegue perceber a agressividade logo no início do namoro. "Ela tende a justificar o comportamento do garoto. Como diz o ditado: o pior cego é aquele que não quer ver. Boa parte das meninas assume a culpa pela agressividade dele", continua Olga Tessari. 

O que fazer no momento da fúria? "Ao ser agredida, ela deve procurar fugir o mais rapidamente possível. Nesta hora. a mulher costuma se sentir acuada, mantém uma postura encolhida e chora, o que leva o agressor a se sentir mais fortalecido. Uma pessoa com boa autoestima jamais aceitaria uma agressão, por menor que ela fosse", disse Olga Tessari. 

Mas e o comportamento da Rihanna? Muitas mulheres agem como ela e voltam com o homem que as agrediu. Todos que estão de fora se perguntam: Por quê? "Essas garotas consideram o amor que sentem por ele maior do que tudo. Acreditam ser capazes de conseguir mudar o parceiro. A esperança leva a menina a continuar com ele. O fato dela ter aceitado continuar com ele após a agressão significa para ele que ela aceitou ser agredida e pode vir a repetir o ato no futuro, caso ela não consiga se fazer respeitar ou aceitá-lo como ele é", disse Olga Tessari. 

"Nem sempre pedir perdão leva o namorado a modificar o seu comportamento. Ele pode tanto parar como continuar com a agressão tempos depois. A menina pode até dar um voto de confiança, desde que, se ele vier a repetir o ato, ela encerre a relação em definitivo porque, se continuar, ele vai permanecer a vida toda a agredi-la", disse Olga Tessari. 

Em uma situação difícil assim, os pais da vítima podem ajudá-la a refletir se vale a pena continuar o relacionamento. "Eles nunca devem proibi-la de manter a relação, mas devem agir no sentido de fazê-la perceber e enxergar quem é o namorado e se ela não merece uma pessoa melhor", disse Olga Tessari. 

Os pais do agressor jamais devem apoiar o seu filho. "Ao contrário, devem mostrar a ele que é possível resolver os seus conflitos sem precisar fazer uso da agressividade, sabendo dialogar e se fazer respeitar de uma forma civilizada". 

A agressividade não é uma doença, mas um desvio de conduta que deve ser tratado, uma vez que, o agressor não se faz respeitar, mas impõe medo, o que leva as pessoas a sua volta a evitá-lo ou até mesmo a boicotá-lo sempre que for possível, o que pode colaborar para que ele se torne cada vez mais agressivo. É fundamental que esta pessoa faça um tratamento psicológico para entender o que a leva a ser assim, aprender a lidar com essas causas e superá-las, adquirindo novas formas efetivas de agir e de se fazer respeitar. 

Amar é querer ver a pessoa amada feliz. 

As pessoas agressivas, ao contrário, amam apenas a si mesmas. Meninas que justificam a agressão e a aceitam por conta de acreditarem no amor do agressor, iludem a si mesmas. 

Respeito é saber lidar com as diferenças, aceitar a pessoa como ela é sem querer impor a ela absolutamente nada! 

O diálogo entre o casal serve para que discutam as suas diferenças de uma forma civilizada e respeitosa, buscando um acordo que seja bom para ambos", finaliza Olga Tessari. 

Serviço: Olga Tessari possui um site sobre ajuda emocional:  www.ajudaemocional.com 

Matéria publicada na Gazeta Digital - Edição 6326 por Khadine Novaczyk em 08/03/2009

Outros textos disponíveis para leitura: 

Agressão à mulher 2 -  Mulher -  Amigos/Grupos -  Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão

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