Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari
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No verão, de sábado à tarde até terça-feira, mulheres vão às delegacias
denunciar agressões físicas e injúrias
Nem sempre as férias significam momentos dedicados exclusivamente
ao relaxamento e diversão. É nesta época do ano, principalmente de sábado
à tarde até terça-feira, que as queixas de brigas e agressões de maridos
aumentam nas delegacias.
Em Vila Velha, foram registradas 88 ocorrências de ameaças, agressões,
injúria, perturbação da tranqüilidade e tentativa de homicídio neste
ano. A maioria dos casos é nos finais de semana. As vítimas geralmente
são mulheres de 25 a 35 anos, mas há casos de pessoas mais velhas que também
armam um "barraco" se flagrar o companheiro olhando para outra mulher,
como destacou o delegado Gilson Lopes, titular do Departamento de Polícia
Judiciária de Vila Velha e respondendo pela Delegacia da Mulher do município.
Um dos casos recentes foi de um casal que começou a briga na praia de
Itaparica. A mulher estava no quiosque e um grupo de rapazes desconhecidos
mostrou uma foto de um homem nu para ela, que achou a situação engraçada
e sorriu. Ao ver a cena, o marido, que estava chegando com uma cerveja,
sem ouvir a explicação da mulher partiu para a agressão. Uma radiopatrulha
da Polícia Militar passou na hora e levou os dois para o DPJ de Vila Velha.
Ele foi autuado em flagrante, pagou fiança e foi liberado. "Muitas confusões
começam nas praias. O marido bebe um pouco mais, olha para o lado e a mulher
acha que ele está dando bola. Há homens que ficam revoltados quando alguém
passa mexendo com a sua mulher", disse Gilson Lopes.
O delegado Willis Soares de Oliveira, titular do DPJ de Cariacica,
respondendo pelas delegacias da Mulher de Cariacica e Viana, observou que
o número de denúncias triplicou nesses municípios. "O que justifica este
aumento é o verão e a nova lei, de número 11.340/2006, conhecida como 'Lei
Maria da Penha',pois agora o acusado pode ser preso em flagrante", disse
o delegado Willis.
Em Cariacica, de janeiro a maio do 2006 foram 405 ocorrências de lesão
corporal e 907 de ameaça.
Já em Vitória, em 2006 (janeiro a outubro), foram 754 de lesão
corporal e 623, de ameaça.
Bebida dá discórdia entre casais
A bebida é apontada pela polícia como o principal causador de brigas entre
casais. Muitos bebem e mudam drasticamente o comportamento, partindo
para agressão e ameaças.
A dica da psicóloga e psicoterapeuta Olga Inês Tessari para minimizar problemas
no relacionamento quando há ingestão de bebida alcoólica em excesso é não
discutir e esperar o momento ideal para um diálogo. "Passado o episódio,
a mulher deve chamar o companheiro para uma conversa, tentando mostrar
o ridículo que ele passou e a bobagem que ele cometeu. A mulher, em hipótese
alguma, deve provocar o parceiro", disse a psicoterapeuta.
Para Glaucia Salles Xavier, mestre em Serviço Social e integrante
do Núcleo de Estudos da Violência da Ufes e professora universitária, a
vítima não deve ter medo de denunciar. "A impunidade é um dos principais
atores da violência. Quando a gente não denúncia, o problema se perpetua.
A violência começa com xingamento e pode chegar até a morte", alertou Glaucia.
Matéria publicada no Jornal A Tribuna – Vitória – ES em 17/01/2007
Agressão à mulher 1 - Amigos/Grupos - Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão
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