Olga Tessari

A atração por homens mais velhos e ricos

Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari

*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página

O que faz uma mulher solteira, charmosa e cheia de energia sair, se envolver com um homem com o dobro da sua idade, que bem poderia ser seu pai? 

Entramos nesse tema que parece delicado e atrai muita gente 

Vamos apresentá-la a Laura*, Patrícia* e Nina*. Elas não são ricas, mas desfilam com jóias e não ligam se estouram o limite do cartão de crédito. Têm em comum o dono do dinheiro. O homem que banca seus luxos e mimos. E ele não lembra em nada os saradões de 20 e poucos anos de bolso ainda vazio, mas sim aqueles cinquentões de cabeleira grisalha ou em queda, filhos bem encaminhados, patrimônio conquistado e várias aplicações financeiras. Se você pensa que esse clube feminino tem meia dúzia de gatas pingadas, engana-se. Igualzinho ao trio acima, outras garotas trocam olhares, saem, têm sexo com eles. Trata-se simplesmente de dar o golpe do baú? Antes de tirar suas conclusões, veja quem se deu bem ao lado de um homem de meia-idade endinheirado, quem se deu mal, e os vários motivos por trás dessa escolha. 

Jóias e compreensão 

Laura conta que estava cansada de dividir as contas com sujeitos sem futuro quando conheceu Marcelo, 25 anos mais velho. "Aos 55, era atraente e tinha ótima situação financeira. Daí pensei: por que não?" Quando ela quer algo, usa o charme: "Amor, aquele anel de pedras ia ficar tão bem no meu dedo…" E a jóia não demora a chegar. 

Patrícia, de 34 anos, também lembra quando começou a sair com um colega de 62. "Enquanto meu ex só me levava a bares sem graça, Carlos escolhia os finos e lindos." A maturidade também contou pontos: "Por causa de uma decepção amorosa, chorei no ombro dele, que foi paciente e compreensivo", ressalta. 

Já Nina caiu de encantos pela experiência sexual de Paulo: "Com 16 anos só tinha beijado meninos e fiquei impressionada com a forma como aquele homem de 50 anos me tocou". Moram em uma casa luxuosa com escritura em nome adivinhe de quem… "Não o amo por causa dos bens materiais, e sim pela maneira como se comporta comigo", garante ela, que cursa odontologia. 

Pois esse tipo de relacionamento seria um mar de rosas… não fossem outras histórias de final nada cor-de-rosa. Neusa, por exemplo, tinha 20 anos quando conheceu Raul, de 50, diretor de construtora. "O dinheiro dele me deu a segurança financeira que nunca tive, e também me senti atraída por sua inteligência, independência e bom gosto", admite. "Não queria aparentar a diferença de idade, então cortei meu cabelo longo e cacheado, comprei roupas sóbrias e passei a ouvir concertos para piano – que me faziam morrer de tédio. Foi como desenvolver uma segunda personalidade", confessa. As transformações foram tantas que o amor esfriou, apesar de não faltarem idas a shoppings e passeios caros. "Me tornei alguém diferente de mim mesma e, depois de seis anos, nos separamos." 

O mito do príncipe 

Pelos depoimentos acima, você já tem pistas do que faz uma jovem cheia de vida e energia sexual aceitar jantar, ir para a cama, se envolver com um homem que está mais para Francisco Cuoco que para Rodrigo Santoro. O que os especialistas acham disso? A principal conclusão: toda mulher sonha ser adorada e virar o centro do Universo para alguém disposto a reverenciá-la como rainha. "A ideia de achar um príncipe encantado capaz de satisfazer seus caprichos e dar segurança faz parte do imaginário feminino", ressalta a psicoterapeuta Olga Inês Tessari. E o homem mais velho personifica esse ideal romântico, pelas suas maiores chances de oferecer segurança, adoração, estabilidade, sabedoria, conforto. Claro, dinheiro faz diferença ? ou alguém aí quer um cavaleiro com artrite montado num pangaré? É um atrativo especialmente para quem viveu a pão e água na infância, na opinião de Olga. "Além disso, a mulher amadurece cedo e isso pode levá-la a sujeitos experientes e com um plano de vida definido", acrescenta. A terceira hipótese: desilusão. Imagine que você tenha sido traída ou humilhada por um parceiro da mesma faixa etária. Mais facilmente vai querer mudar de foco, pensando "Vou procurar um homem de verdade, e não um moleque…", como fez Patrícia. 

Autoestima pesa 

Para o psicanalista Paulo Sternick, ainda hoje há mulheres que se consideram incapazes de bancar seus sonhos por mérito próprio, "ou simplesmente não estão dispostas a fazer o sacrifício necessário para isso", diz. Segundo ele, algumas também trazem inseguranças da infância, ligadas à falta de apoio e afeto, por isso buscam na vida adulta a figura do pai protetor. A psicologia, aliás, não pára de tentar entender as ligações amorosas entre sugardaddies e sugarbabies. E olha só o que revelou uma pesquisa da Universidade de St. Andrews, na Escócia, com 1 851 mulheres solteiras de 18 a 35 anos: as menos independentes tendem a priorizar o status financeiro de um paquera, enquanto as que têm dinheiro e não vivem no sufoco do cheque especial valorizam a beleza, o charme – enfim, uma aparência atraente. 

Não é só o vil metal 

Lógico, nem todas as relações com homens mais velhos são movidas a dinheiro. Paulo lembra que essa discussão é coisa bem brasileira. "Na Europa, por exemplo, encara-se a diferença de idade entre um casal de forma mais natural. Lá, muitas moças preferem os maduros, sem levar em conta a questão financeira, pois estão atrás de gente interessada em relacionamento estável. Encantam-se com a sabedoria e com o tato para lidar com as mulheres", explica. A procura por cinquentões, então, segundo ele, seria uma forma de escapar das relações fugazes típicas de hoje. 

Desafios não faltam 

Verdade que namorar um sugardaddy também pode pôr à prova seu relacionamento com a família e os amigos. "Quando contei à minha mãe a idade do Fernando, 22 anos mais velho, ouvi um sermão", conta Vilma, de 24. "Até disparou: 'Quer ficar viúva cedo?'" E Marisa, de 28, acha que seu novo amor, Valter, de 51, fica incomodado porque ela não é tão sofisticada e culta como a esposa dos sócios dele. Fora que um cinquentão rico desfilando com uma gatinha ainda é algo que provoca maliciosa compreensão do resto da humanidade. Nossa sociedade é rápida em classificá-la de aproveitadora ou coisa pior. Quem quer ir em frente não pode se importar com esse preconceito. E entre quatro paredes? Nas primeiras vezes em que foi para a cama com Mauro, Laura teve medo de não se satisfazer. "Por sorte isso não aconteceu. Brinco que sou seu Viagra, e a experiência dele compensa", diz, rindo. Já Patrícia leva uma vida sexual morna: "Às vezes, acho que o Carlos não conseguirá sustentar a ereção por muito tempo. Acabo tensa e só consigo ter um orgasmo se fantasiar com um garotão". Ela já pensou em arranjar um caso fora de casa, mas receia ser descoberta. "Felicidade é o que possuo agora: uma vida confortável e um homem apaixonado. Não se parece com o George Clooney, mas é um companheirão." 

Destinos cruzados 

No caso de Luiza, tanto a paixão quanto o dinheiro de Ronaldo não bastaram para fazê-la feliz. ?Estava cansada de batalhar para ter o básico e procurava alguém que pudesse me dar vida boa?, comenta. Ronaldo, 22 anos mais velho, separado e com uma filha, se encaixava no perfil. ?Não era tão charmoso, o cabelo estava grisalho e fiquei com medo de não gostar do tipo de sexo que teríamos, mas acabei apaixonada.? O que atrapalhou? "Ele duvidava que o amasse, e tanta insegurança me cansou", lamenta. A verdade é que nem sempre o dinheiro de um sugardaddy sustenta uma relação. "O que mantém a chama são as afinidades, os objetivos e a aceitação mútua", avisa Olga Tessari. E, como o que importa é a sua felicidade, só você pode saber se deve dizer sim ou não a esse tipo de homem. 

Matéria publicada na Revista Nova

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Adolescência -  Amigos/Grupos -  Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão

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