Olga Tessari

Adolescente com medo de ser feliz

Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari

*Veja indicação de outros textos para leitura ou vídeos no final da página

Ficar vermelho, se isolar, não ter amigos e muito menos um amor. Ah, essa tal timidez. 

Quem nunca enfrentou um momento desses que atire a primeira pedra. A gente bem que pode corre o risco de ser apedrejado, mas é quase impossível não se lembrar de alguma situação que nos fez sentir o patinho feio da história. 

A psicóloga Rosely Sayão diz que isso não é defeito, é característica. A questão é descobrir quando ela se torna, digamos, quase uma doença. 

Gustavo, 20 anos, tem consciência dos estragos que a timidez faz em sua vida. Universitário há dois anos, não tem amigos no ambiente acadêmico e nunca namorou ninguém pela dificuldade de abordagem. Para tentar minimizar os obstáculos de relacionamento, ele decidiu, por conta própria, buscar ajuda terapêutica há quatro meses. A inibição em situações sociais, na avaliação de Gustavo, pode trazer muitos prejuízos na trajetória profissional, por isso resolveu procurar auxílio. "O que mais me atrapalhou quando cheguei na faculdade foi ter de tomar iniciativas", conta ele, que se considera "meio fechado". 

A estrutura dos ensinos fundamental e médio, na avaliação da psicóloga e psicoterapeuta Inês Dias Penna, segura muito a onda da galera, mas na universidade é cada um por si e Deus pra todos. Aí a coisa pega para quem é tímido. As circunstâncias de timidez estão mais presentes na adolescência, como explica a psicóloga. Após essa fase, se o comportamento se intensifica, é a baixa estima marcando presença. E isso não é nada bom, porque a tendência é ficar cada vez mais isolado. "Se a timidez continua, deve ser vista com outros olhos. Lá na frente, ela pode se transformar numa patologia como fobia social, síndrome do pânico, depressão ou transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)", discorre Inês Penna. 

Terapia 

Pedro, 12 anos, equilibra-se nessa corda bamba. "Como tenho medo de não conseguir fazer amizade, começo a fazer muita brincadeira boba e nem sempre as pessoas entendem. Por isso, acho melhor ser tímido do que ser intrometido." Pedro, Gabriel, Fernando, Lucas e Matheus são colegas de um grupo de terapia. Entre 12 e 13 anos, conversam pouco com estranhos, mas no ambiente familiar e principalmente entre eles aparentam ser hiperativos. "É uma pseudo-extroversão para serem aceitos", explica a psicóloga Inês Penna. 

Uma vez por semana eles se encontram para conversar sobre dúvidas, temores e prováveis mudanças de comportamento. Matheus diz que não se acha tímido. "Apenas falo pouco", afirma. A dúvida é: fala pouco somente quando está perto de estranhos? Gabriel diz que sim. "Quando não conheço ninguém tenho dificuldades de conversar." Lucas é o único do grupo que já namorou e Pedro tem vontade, mas, na dúvida entre perder a chance de não ficar amigo da provável namorada, prefere não se arriscar. "Não quero me tornar um porre." 

O tímido convive com muitos medos. "De situações novas, de falar em público, de expor sua idéias ou a si mesmo pois teme ser avaliado, julgado ou não ser aceito pelos outros. Uma pessoa tímida é incapaz de ousar!", explica Olga Inês Tessari, psicóloga e psicoterapeuta, autora do livro Dirija a Sua Vida Sem Medo. "Quanto mais inseguro o tímido se sentir em relação a outras pessoas, quanto mais nova for a situação e quanto menos conhecida seja a pessoa com quem o tímido está se relacionando, maior será a necessidade de ele se refugiar internamente, retrair-se, pois sente-se muito ameaçado." 

Internet 

A internet e suas ferramentas como Orkut e MSN são aliadas do adolescente de hoje quando se trata de timidez. "Elas quebram o que não existia antes, que era o enfrentamento. Ou seja, antes da abordagem, ele se prepara de mil formas", diz Inês. Fernando, 13 anos, concorda. "Tem gente que fala cada coisa no MSN que jamais teria coragem de falar quando está perto da outra pessoa." A mãe de Thalita, 15 anos, também já fez a mesma observação em casa. 

"No computador ela se transforma", conta. A filha é retraída, rói as unhas e se sente inferiorizada perto das amigas. A mãe acredita que é pelo fato de ela ser mignon, aos 15 ter um corpo de 12 e não ser alta, ao contrário das garotas de sua idade. As amigas, segundo a mãe de Thalita, estão na fase de começar a namorar, mas a filha ainda não descobriu o quanto chama a atenção. A garota fugiu da abordagem do POPULAR sobre sua timidez, assim como não aceitou a sugestão da mãe de fazer terapia. 

DICAS 

•Quando conversar com alguém, olhe sempre nos olhos. Nada de diálogo somente com quem é próximo de você, procure falar com várias pessoas. 

•"Quem não arrisca, não petisca." Se há uma situação que normalmente provoca muita ansiedade, vá mais devagar. Exponha-se de forma gradual, analisando com calma seu desempenho. 

•Elogie sempre e aprenda a receber elogios. 

•Não faça força para ser o que não é. Autenticidade é tudo. Lembre-se que todas as pessoas têm defeitos e qualidades. 

•Trabalhe o medo de ser rejeitado. Agradar a todos é impossível. Se for anotando, vai perceber que haverá equilíbrio nas situações em que foi aceito ou rejeitado. 

•Lembre-se: o mundo não está atento a você. Por isso, nada de ficar achando que todo mundo está prestando atenção em você. Faça o contrário, aprimore os sentidos, como visão e paladar. 

•Abandone os pensamentos negativos. Quando a pessoa sempre espera o pior, as conseqüências acabam sendo mesmo negativas 

Matéria publicada no Jornal O Popular por Malu Longo

Outros textos disponíveis para leitura: 

Timidez -  Terapia -  Adolescência -  Amigos/Grupos -  Ansiedade - Problemas de Relacionamento - Medos - Pais e Filhos - Autoestima - Depressão

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