Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari
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Trabalho voluntário, doações, palavras de conforto, gentilezas…
Pequenas atitudes que, além de ajudar o próximo, trazem benefícios
para si própria e também para a sua saúde!
O altruísmo é uma palavra pouco conhecida, mas praticada em todo
o mundo. Ajudar o próximo sem receber nada em troca é uma atitude que muitos
profissionais na área da saúde estão a considerar um ótimo remédio para
sentir-se melhor e mais feliz. Para a psicóloga Olga Inês Tessari, o ser
humano é um ser social, gosta de viver em grupos e sente prazer quando,
de alguma forma, colabora para o bem-estar do outro. "É sempre bom fazer
o bem, ser solidário e participativo com as pessoas à sua volta e com a
sua comunidade. Faz parte da natureza humana colaborar com o outro, dentro
das suas possibilidades", explica a especialista.
A psicóloga conta que é possível perceber melhor este comportamento quando
há situações de calamidade pública. As pessoas mobilizam-se rapidamente
para arrecadar alimentos, fundos e prestar assistência aos que necessitam.
No dia-a-dia
Segundo Olga Inês Tessari, existem atitudes simples e que colaboram no
dia-a-dia. Por exemplo: dar o seu lugar para uma pessoa mais velha se sentar,
ajudar alguém a atravessar a rua, dizer bom dia, sorrir para o outro no
elevador, enfim ter atitudes de respeito.
O trabalho voluntário é também um ótimo remédio. Uma pesquisa realizada
durante 10 anos por professores da universidade de Harvard, nos Estados
Unidos, envolveu cerca de 2.700 pessoas. Os estudiosos apontaram que ser
voluntário faz bem ao coração e ao sistema imunológico, além de aumentar
a expectativa de vida e a vitalidade.
Eles notaram que as pessoas que têm esses gestos de altruísmo, ao
perceber a felicidade e a gratidão dos outros, liberam no cérebro a endorfina,
responsável pela sensação de prazer. Ela diminui a sensação de dor e as
chances de ficar doente. Outro ponto importante da pesquisa foi a melhora
no funcionamento imunológico de quem ajuda.
Olga Inês Tessari explica que esse tipo de ação proporciona uma satisfação
pelo simples fato de se saber que passou para o outro algo positivo, trazendo
uma agradável sensação de bem-estar. "Isso não quer dizer que as pessoas
façam o bem somente porque esperam uma recompensa ou retribuição: embora
algumas pessoas ajam desta forma, a maioria faz o bem apenas pelo prazer
de fazê-lo".
Antissocialismo: NÃO!
A profissional explica que as pessoas hostis costumam ser "amargas", pois
passaram por um sofrimento no passado. Por isso, preferem ficar distantes.
"Elas pensam que, agindo desta forma, evitam o sofrimento novamente. Mas,
assim, elas deixam de ter o prazer de conviver em grupos, ajudar o próximo
e de sentir a sensação incrível que isso proporciona".
O voluntariado
Em Portugal, o voluntariado é um assunto de peso. A AMI (Associação Médica
Internacional) é um forte exemplo. Ela atua no mundo todo para acabar
com a pobreza e outros problemas sociais. É formada por voluntários que
colaboram em campanhas, promovem eventos e angariam fundos, ajudando quem
precisa.
Notícias quentes dos LABORATÓRIOS
Parte "altruísta" do cérebro é descoberta
Pesquisadores norte-americanos, do Centro Médico da Universidade
de Duke, publicaram um estudo na Nature Neuroscience, envolvendo 45 pessoas.
Com jogos e questões envolvendo tarefas beneficentes, foi possível constatar
os indivíduos mais altruístas. Estes tinham respostas mais fortes do sulco
temporal, uma região do cérebro que está a ser estudada para saber ao certo
como se desenvolve o altruísmo desde a infância.
Generosidade está ligada a um hormônio
Pesquisadores da Claremont Graduate University, estudaram os efeitos da occitocina
em atos de generosidade. Os que recebiam o hormônio ofereciam 80% mais
dinheiro a pessoas estranhas, do que os que não tomaram. Foi constatado
que a occitocina acionou a empatia no cérebro, um dos ingredientes para
a generosidade.
A pessoa altruísta é mais atraente, diz pesquisa
Um estudo feito na Universidade de Nottingham, Inglaterra, comprovou que pessoas
altruístas são mais atraentes. A pesquisa, publicada no British Journal
of Psychology, mostrou que questões como doar sangue e ser voluntário de
hospitais são as principais características para se tornar sedutor.
Matéria publicada na Revista Saúde da Mulher nº 3 - ano 1o site Canal Eletrônico
por Carolina Brito
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