Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari
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Sofrimento que pode ser evitado!
As drogas têm se colocado como um verdadeiro pesadelo na vida de crianças
e adolescentes que procuram aprimorar seus conhecimentos nas escolas,
ou mesmo buscar um lazer e amizades. A comercialização e o consumo de drogas
nas regiões próximas às instituições de ensino prejudicam o desenvolvimento
dos jovens.
Drogas interferem nos adolescentes
De acordo com a Pesquisa sobre Drogas e Juventudes, da Organização
das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), divulgada
em 2002 através do livro Drogas nas Escolas, o consumo de bebidas alcoólicas
vence qualquer outro tipo de droga, seja ela lícita (legalizada) ou ilícita
(ilegal).
A pesquisa realizada em 14 capitais brasileiras, entrevistou 50 mil
alunos, 3.100 membros do corpo técnico-pedagógico (professores, diretores)
e 10 mil pais, e aponta que cerca de 10% (438.899 alunos) dos alunos declaram
beber regularmente. Já a proporção dos que fumam todos os dias é de 3,0%,
ou 143.114 alunos.
No entanto, numa espécie de contra-senso, a pesquisa aponta que 85,8%
dos estudantes consideram, em primeiro lugar, o uso de drogas como um problema,
um perigo, uma ameaça. Em segundo lugar, como uma doença (11,3%) e, por
último, como algo normal (2,9%). Ou seja, apesar do consumo regular de
bebidas alcoólicas e do uso do fumo, a droga é vista como algo negativo.
"Isso porque, os pais e jovens identificam mais facilmente as ilícitas
como drogas. Já as lícitas eles sabem que são drogas, mas não entendem
muito bem", diz uma das autoras da pesquisa, Lorena Bernardete da Silva,
50.
Para o sociólogo e psicólogo educacional, Antônio Carlos Egypto,
58, o álcool é a droga que mais causa estragos e, apesar disso, as pessoas
costumam estimular seu consumo. "A propaganda de cerveja, por exemplo,
é vergonhosa. Tudo é festa, então 'vamos brindar'. O álcool é visto como
uma coisa charmosa, mas se a pessoa se torna alcoólatra é desprezada pela
sociedade", critica.
Entre os fatores destacados pela pesquisadora Lorena como causas no consumo
de drogas estão a influência dos amigos e a necessidade própria do
jovem de transgredir barreiras e ordens. "Por outro lado, a família incentiva
o consumo do álcool em casa porque acredita ser melhor deixá-lo beber em
sua presença, por crer controlar a quantidade e evitar o consumo na rua",
atesta.
Egypto lembra que a lei brasileira permite o consumo de álcool apenas
a pessoas com idade acima de 18 anos, mas que isso não é respeitado.
"Qualquer festa de 15, 16 anos, só tem graça se tiver bebida alcoólica.
A bebida é um fator de integração muito forte", considera. Uma situação
que facilita é a proximidade de bares às escolas. A pesquisa aponta que
nos arredores das escolas, mais precisamente em bares e botequins, é verificada
a presença do tráfico de drogas.
Bares próximos facilitam consumo de álcool
Dos alunos entrevistados, 23,1% responderam ter presenciado o uso de drogas na
escola, enquanto que entre os membros do corpo técnico-pedagógico o total
alcançou apenas 10,8%. Se para as pessoas que convivem na sala de aula
com os alunos o conhecimento anda difícil, o que dizer dos pais que costumam
permanecer ainda mais ausentes da escola e das atividades diárias dos filhos,
por causa do trabalho. Por isso mesmo, somente 3,4% afirmaram neste questionamento.
Segundo a psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, existem diversos
motivos que podem levar um jovem a consumir drogas. "É típico do jovem
querer experimentar tudo o que é novo, diferente e é muito comum que ele
tente provar algum tipo de droga, nem que seja por uma única vez, somente
por curiosidade", afirma. Mas ela ressalta que essa situação é diferente
da de um usuário que, para, ela, consome drogas pelo que ela chama de "fatores
básicos", como carência ou excesso de afeto, ou não saber lidar com os
limites impostos pela sociedade por não ter aprendido isso em casa. "O
viciado busca um refúgio na droga, algo que o deixe 'fora da realidade',
justamente porque a sua realidade é ruim, sofrida, porque ele não sabe
como lidar com ela", acrescenta Tessari. Jovens na escola: perigo pode
estar por perto
As drogas fazem parte do cotidiano das pessoas, apesar de ninguém
admitir. O que poucos percebem é que diversos produtos consumidos com certa
freqüência também são drogas. Apesar de terem um grau inferior de influência
no organismo, eles podem agir de forma maléfica da mesma maneira que outras
drogas, pois, tudo depende da quantidade consumida, seja no cafezinho ou
mesmo em calmantes para dormir. É o que afirma o sociólogo e psicólogo
educacional, Antônio Carlos Egypto, 58, ao colocar que as drogas não estão
apenas no álcool, no cigarro, na maconha ou na cocaína, mas também nos
calmantes, nas anfetaminas para tratamento e, até mesmo na cafeína. Ele
quer dizer com isso que todas as pessoas consomem drogas, sendo cada uma
de forma diferente uma da outra. "As pessoas usam diferentes drogas por
situações distintas. Por exemplo, alguns jovens tomam ecstasy para dançar
a noite toda, ou aquelas pessoas que tomam remédio para ficar acordado
a noite toda no computador", conta Egypto.
As drogas são classificadas de três formas: estimulantes, depressores
e perturbadores.
Os primeiros aceleram o funcionamento do cérebro, como no caso das anfetaminas,
da cocaína e da cafeína. Os depressores diminuem a velocidade de funcionamento
do cérebro e estão presentes no álcool, barbitúricos, solventes. Já
os perturbadores são aqueles que alteram o funcionamento do cérebro
e são encontrados nos alucinógenos primários (caso do ecstasy) e nos secundários
(caso da mescalina).
A psicóloga e psicoterapeuta Olga Tessari, diz que a pessoa viciada na
droga "não é doente no sentido médico da palavra", mas possui uma
dependência da droga, seja ela física ou psicológica. "A pessoa faz uso
da droga para poder suportar a vida ou mesmo tentar viver de bem consigo
mesma. As drogas sempre estiveram presentes no meio social, o que acontece
hoje em dia é que tem aumentado drasticamente o número de pessoas drogadas",
revela.
Jovens precisam ser compreendidos
Ela cita o programa da Unesco chamado Escola Aberta que o Ministério da
Educação encampou como atividade, em que a escola abre durante os
finais de semana, com espaços para cultura e lazer da comunidade. "O objetivo
é fazer com que as pessoas sintam que a escola pertence a elas também.
Porque as pessoas pensam que a escola é do diretor", diz. Egypto concorda
que é necessário haver maior discussão dentro das escolas a respeito do
tema. "Inclusive, eu escrevi o livro Drogas e Prevenção: a cena e a reflexão
com Ana Lúcia Cavallieri (Saraiva, 2002) para adolescentes e professores
para produzir reflexão dentro da sala de aula e superar esse tabu. É preciso
discutir de forma aberta, sem fazer pregação moralista, fazer a pessoa
pensar no assunto faz ela crescer", acrescenta.
Já Tessari considera que não basta apenas ouvir o que o jovem necessita,
e sim definir limites claros para ele. "Afinal, viver em sociedade é ter
limites, é ouvir muitos 'não'. E o usuário de drogas, em geral, não sabe
lidar muito bem com limites. Penso também que tem faltado muito o diálogo
familiar, o caminho para saber quais seriam as necessidades dos jovens",
crê. Para ela, a pessoa precisa de apoio, carinho e compreensão das pessoas
próximas. Uma conversa que evita a acusação e a crítica pode ser um fator
importante na busca pela recuperação do dependente. "A pior coisa do mundo
é criticar, condenar e julgar o jovem que faz uso da droga", justifica.
Matéria publicada no site de Aluney E.A.Silva por ele mesmo em 27/12/2009
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