Entrevista com © Dra Olga Inês Tessari
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Terapia: coisa de doidos?
Para muitos ela é considerada um mito, uma vergonha, um bicho de sete
cabeças. Para outros uma solução de problemas, uma saída para resolver
conflitos. Mas o que é terapia afinal? Quando é a hora certa de começar?
Essas e outras perguntas sobre o assunto são comuns na mente das pessoas
que querem buscar o auto conhecimento.
"Terapia significa tratamento", disse a psicóloga e psicoterapeuta
Olga Inês Tessari. E segundo a doutora, não há momento certo para iniciar.
"Sempre é hora, seja para o auto conhecimento ou mesmo para resolver algum
problema. Costumo dizer que a terapia vem para ajudar a resolver questões
que você não consegue resolver sozinho. Então para que ficar sofrendo,
dando murro em ponta de faca, se existem profissionais capacitados que
vão mostrar os caminhos da solução?"
Mas a vergonha de falar que quer fazer terapia ainda é grande e isso
acontece por conta de um preconceito. "As pessoas ainda pensam que devem
resolver seus problemas sozinhas, sem precisar da ajuda de ninguém. Além
do mais existe um preconceito de que psicólogo é para loucos, doidos e
não para pessoas normais, que têm problemas", acredita Olga Tessari.
O importante é que, quando alguém chega à conclusão de que é hora
de procurar uma ajuda é bom ir em busca de um profissional, fazer uma pesquisa
com amigos, pedir indicações. "A pessoa não deve ter medo e nem ficar pensando
o que o psicólogo vai pensar, afinal, estamos lá apenas para ajudar a resolver
um problema, nunca para julgar, condenar ou pensar alguma coisa a respeito
do paciente", disse a psicoterapeuta.
Quando alguém decide procurar a terapia, deve ir atrás de alguém formado,
que estudou o comportamento humano e todas as suas vertentes. "Infelizmente,
por uma série de razões, as pessoas optam ainda por um tratamento com terapeutas
com cursinhos de final de semana, sem qualquer formação ou fiscalização
e que fazem uso de técnicas não reconhecidas e nem científicas", alertou.
Por isso, antes de começar a fazer terapia, consulte um bom lugar e tome
cuidado para não cair em armadilhas.
Este cuidado deve ser especial porque existe uma infinidade de correntes
dentro da psicologia. "Aqui no Brasil as mais comuns são a Psicoterapia
Comportamental, que como o próprio nome diz é focada no comportamento,
a Breve, que é focada no problema atual, a Psicoterapia Corporal, que foca
mais um trabalho com o corpo, a Psicanalítica, baseada na psicanálise de
Freud e seus seguidores, a Psicoterapia Junguiana, que é baseada em Jung,
um dissidente de Freud e outras psicoterapias de cunho humanista ou existencialista,
mas ainda restritas ao uso de poucos profissionais no Brasil", contou Olga
Tessari.
A terapia com crianças, por exemplo, requer um tratamento diferenciado.
"A linguagem abordada com a criança é através de brinquedos, portanto,
o psicólogo brinca com seu paciente mirim durante uma sessão", disse a
psicoterapeuta Olga. Já com jovens e adultos, a forma trabalhada pode ser
corporal, interpretação de sonhos, conversas, exercícios, enfim, vai depender
da linha de trabalho do profissional. "Alguns deles têm uma certa afinidade
maior com determinada faixa etária, mas todos são capazes de realizar um
bom trabalho com qualquer idade", acredita.
O que não se pode fazer é forçar uma pessoa a procurar um terapeuta.
"Muito dificilmente dá resultados a terapia forçada porque a pessoa já
entra com resistências e certamente não vai interagir com o psicoterapeuta
e nem mesmo ouvi-lo", disse a doutora. A terapia forçada pelos pais não
funciona e neste caso é melhor que eles próprios façam um trabalho de orientação
com o psicólogo. "Isso ajuda muito mais do que forçar o adolescente a ir
à terapia".
Há quem se pergunte quanto tempo dura em média uma terapia e não
existe uma resposta concreta para isso. "Tudo vai depender do problema
da pessoa e da forma como ela evolui no tratamento. A Psicoterapia Cognitiva
Comportamental e as Psicoterapias Breves trazem resultados mais rápidos,
de três a seis meses, mas podem se estender por mais tempo, pois cada caso
é um caso diferente", disse a psicoterapeuta. Já outras terapias podem
necessitar de um tempo maior. "Vale lembrar que é importante diferenciar
uma psicoterapia baseada num problema específico e a psicoterapia para
o auto conhecimento. No primeiro caso, os resultados são mais rápidos,
mas a psicoterapia para o auto conhecimento pode levar anos para chegar
ao fim, já que ele é infinito".
A terapia, seja ela para o auto conhecimento ou só para resolver um probleminha,
é algo que deve ser levado muito a sério. Quando a pessoa procura
ajuda deve ter consciência do que está fazendo e levar o tratamento a sério.
Só assim os resultados surtirão efeito e bons resultados.
Fonte: Dra Olga Inês Tessari Psicóloga - Psicoterapeuta desde 1984
CRP06/19571-6
Tel: (11) 2605-6790 - Cel: (11) 99772-9692
www.ajudaemocional.com
Matéria publicada nos sites da Rede Transamérica e 180graus.com por Fernanda
Santos em 2004
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